quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ministério dos Transportes embarca mais três rumo ao desemprego

As denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes levaram o governo a exonerar mais três funcionários nesta quarta-feira. As demissões foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) e assinadas pelo ministro Paulo Sérgio Passos e pelo diretor-presidente da Valec, Antonio Felipe Sanchez Costa. Com a decisão, o número total de demissões desde o início do mês subiu para 15.
Foram exonerados Eduardo Costa, assessor no Ministério dos Transportes; Pedro Ivan Guimarães Rogedo, assessor na Valec, empresa estatal do setor de ferrovias; e Cleilson Gadelha Queiroz, gerente de licitações e contratos da Valec. Ontem, o DOU já havia publicado seis exonerações na pasta.
A queda do ministro dos Transportes
Uma reportagem da revista Veja do início de julho afirmou que integrantes do Partido da República teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do Ministério dos Transportes. O negócio renderia à sigla até 5% do valor dos contratos firmados pelo ministério sob a gestão da Valec (estatal do setor ferroviário) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O esquema seria comandado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto. Mesmo sem cargo na estrutura federal, ele lideraria reuniões com empreiteiros e consultorias que participavam de licitações do governo no ramo. Pelo menos dois assessores diretos do então ministro, Alfredo Nascimento (PR), foram afastados dos cargos. Também deixaram suas funções o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.
O PR emitiu nota negando a participação no suposto esquema e prometendo ingressar com uma medida judicial contra a revista. Nascimento, que também negou as denúncias de conivência com as irregularidades, abriu uma sindicância interna no ministério e pediu que a Controladoria-Geral da República (CGU) fizesse uma auditoria nos contratos em questão. Assim, a CGU iniciou "um trabalho de análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias".
Apesar do apoio inicial da presidente Dilma Rousseff, que lhe garantiu o cargo desde que ele desse explicações, a pressão sobre Nascimento aumentou após novas denúncias: o Ministério Público investigava o crescimento patrimonial de 86.500% em seis anos do filho do ministro, Gustavo. Diante de mais acusações e da ameaça de instalação de uma CPI, o ministro não resistiu e encaminhou, no dia 6 de julho, seu pedido de demissão à presidente.

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