quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mulheres são libertadas após 30 anos de cativeiro em Londres

Mulheres são libertadas após 30 anos de cativeiro em Londres
(AFP)
Londres — Freedom Charity, uma associação de luta contra a escravidão e os casamentos forçados.
"As três mulheres, que estavam muito traumatizadas, foram levada para um local seguro, no qual permanecerão", explicou a polícia em um comunicado, indicando que as duas pessoas presas tinham 67 anos.
"Jamais vimos algo desta magnitude", disse à imprensa o detetive da Scotland Yard Kevin Hyland. "Ficaram nesta situação por ao menos 30 anos (...), tiveram certa liberdade sob controle, e estamos estabelecendo como funcionava esta liberdade".
A polícia não sabe dizer se a mulher de 30 anos nasceu na casa do bairro de Lambeth, no sul de Londres, e se há parentesco entre as três. "Não sabemos onde nasceu, mas parece que esteve cativa durante toda a vida", destacou Hyland.
"As mulheres estavam completamente apavoradas por essas pessoas", declarou Aneeta Prem, fundadora da Freedom Charity, à Skynews.
Ela indicou que as três mulheres, que conseguiram deixar a casa por conta própria, não foram vítimas de abusos sexuais, mas que sofreram maus-tratos físicos.
"Isso desafia a nossa imaginação. É impossível imaginar que algo desse tipo possa acontecer na Grã-Bretanha, em Londres, em 2013", acrescentou.
Uma das mulheres teria conseguido entrar em contato com a ONG Freedom Charity depois de ver um documentário sobre seu trabalho e a organização alertou a polícia.
"Aplaudimos a ação da Freedom Charity e trabalhamos com eles para dar apoio a estas vítimas, aparentemente ficaram cativas por 30 anos", explicou o detetive Hyland.
Uma investigação foi aberta para apurar os fatos.
"Um documentário televisivo sobre casamentos forçados relacionado com o trabalho da Freedom Charity foi o que levou uma das vítimas a ligar pedindo ajuda", acrescentou o detetive.
"Felizmente, ela assistiu a este programa e se sentiu confiante o bastante para pegar o telefone", ressaltou Aneeta Prem.
"É uma história inacreditável. Não posso acreditar que alguém possa tratar pessoas desta maneira, de forma tão bárbara. Quando somos privados de nossa liberdade, não temos mais vida", ressaltou.
Segundo a Freedom Charity, as vítimas foram encontradas em uma casa completamente normal ao sul de Londres.
"Não acredito que os vizinhos sabiam do que acontecia. Era uma casa normal em uma rua normal", explicou Prem.
Este é o último caso de uma série de longos cativeiros descobertos nos últimos anos.
O mais recente foi o das três mulheres sequestradas em Cleveland, nos Estados Unidos, pelo predador sexual Ariel Castro, que permaneceram até 13 anos presas sendo submetidas a maus-tratos e abusos sexuais.
Em 27 de agosto de 2009, nos Estados Unidos, Jaycee Lee Dugard foi encontrada 18 anos depois de ter sido sequestrada aos 11 anos de idade no jardim da casa de seu sequestrador, Phillip Garrido, com quem teve dois filhos.
Na Áustria, Natascha Kampusch foi sequestrada quando tinha dez anos por Wolfgang Priklopil, que a manteve em cativeiro em um sótão por oito anos, até sua fuga em 2006. O sequestrador se jogou na frente de um trem na noite em que Natascha escapou.
Também na Áustria, Elisabeth Fritzl foi sequestrada e violentada durante 24 anos por seu pai, Josef Fritzl, no sótão de sua casa em Amstetten, 150 km ao oeste de Viena. O horror terminou em abril de 2008, quando um dos sete filhos fruto da relação incestuosa precisou ser hospitalizado. Josef Fritzl foi condenado à prisão perpétua.
Em junho de 2008, perto de Caserta, na região de Nápoles, Maria Monaco, de 47 anos, foi resgatada pelas autoridades, graças a um telefonema anônimo, após ter permanecido 18 anos presa por sua família em castigo por ter tido um filho fora do casamento.
Em janeiro de 2000, uma jovem foi encontrada por sorte após nove anos mantida em cativeiro no Japão. A jovem, cuja identidade não foi revelada, foi raptada aos nove anos e era mantida presa em um quarto na casa de seu sequestrador. Ela foi encontrada quando uma ambulância foi ao local buscar o homem, a pedido de sua mãe, que denunciou seu comportamento "estranho".

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