sábado, 28 de janeiro de 2012

Pai e filho podem ter sido vítimas de crime de mando por disputa de terras

Pai e filho foram encontrados mortos dentro de um carro
Pai e filho foram encontrados mortos dentro de um carroIntegrantes da polícia e do Ministério Público estão considerando a disputa pela posse de um terreno na Avenida Paralela como o motivo por trás do duplo assassinato que teve como vítimas o empresário André Cintra Santos, 54 anos, e o filho dele, o estudante de engenharia ambiental Matheus Braga Cintra, 21 anos.
Ambos foram executados com 18 tiros, por volta das 10h de sexta,27, justamente no terreno em questão. Próximo ao Parque de Exposições, o imóvel, de propriedade de André, seria alvo de empresários.
Testemunhas contaram à polícia que dois homens, em um VW Gol prata (NTI-0217), surpreenderam pai e filho, enquanto estes fotografavam uma placa instalada pela Transalvador no terreno.
O delegado Alex Gabriel Chehade, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), presidiu o levantamento cadavérico e confirmou que as primeiras apurações indicaram que “existia uma briga pela posse do terreno”.
“As vítimas fotografavam uma placa (a qual informava que o terreno poderia ser usado como estacionamento sem cobrança de taxa). Apuramos que André iria explorar o local como estacionamento pago”, relatou Chehade, acrescentando que a câmera do empresário foi encaminhada à perícia.
Pistas - “O empresário usava a máquina na hora do crime. Pode haver alguma pista”, frisou o delegado. A continuidade das investigações ficará a cargo do delegado Jesus Pablo Barbosa, também do DHPP, que, até o fechamento desta edição, já havia colhido depoimentos de sete pessoas – três delas familiares das vítimas.
O conteúdo dos depoimentos não foi revelado pelo delegado Barbosa. “Já temos linhas investigativas definidas, mas mantendo nosso trabalho sob sigilo”, explicou. A movimentação de parentes e amigos na sede do DHPP, na Pituba, foi intensa, mas ninguém quis falar à imprensa. 
Cena do crime - Segundo policiais militares  da 82ª Companhia Independente (CAB), primeiros a chegar à cena do crime, nenhum objeto de valor foi subtraído do empresário nem do filho, assassinados no interior do veículo de André, um VW Fox branco (NYR-8075).
No local do assassinato, segundo os soldados, foram encontradas as carteiras de ambos, com dinheiro e documentos, telefones celulares, além da máquina fotográfica digital. Sob anonimato, um funcionário do empresário informou que André fotografava a placa porque a Transalvador teria instalado a peça na quarta, “sem a permissão” do dono.
“Ele perguntou aos homens da Transalvador, que eram dois, com que autorização eles estavam fazendo aquilo, o que gerou um princípio de discussão”, relatou o funcionário, acrescentando que André planejava construir uma área de lazer no local, para ser usada pelos moradores do Bairro da Paz.
“O que ele me dizia era que a população de Salvador ia ter orgulho da obra”, lembrou o rapaz. “Quando recebi a notícia da morte dele, não acreditei, porque tinha ele como pai, não como um patrão”, lamentou o funcionário.
O advogado de André, James Adorno, revelou que o empresário foi orientado pelo Ministério Público a buscar programas de proteção à vida. Conforme Adorno, apesar de temeroso, André teria recusado a sugestão.
O advogado ainda contou que André havia protagonizado uma discussão com desconhecidos na Paralela, há uma semana. “Ele desconfiou que um veículo o seguia e, num posto, anotou a placa. Os dois homens a bordo do carro o interpelaram e André explicou ter feito aquilo porque sentia-se ameaçado”, disse.
 

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