sábado, 23 de julho de 2011

RJ: suspeita de sequestrar bebê em hospital se apresenta à polícia

Uma mulher suspeita pelo sequestro de um bebê recém-nascido dentro da Casa de Saúde São José, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, decidiu se entregar à polícia por volta das 14h deste sábado e afirmou ter cometido o crime. Orientada por um advogado, ela se apresentou na Delegacia de Cordeiro, na região serrana fluminense, com a criança no colo, devolvida sem ferimentos.
A mulher presta depoimento há mais de sete horas na Delegacia de Cordeiro, na região serrana fluminense. Também está no local a família da vítima. A polícia ainda não divulgou detalhes sobre o que levou a mulher, de nome por enquanto não revelado, a cometer o crime.
Segundo investigações iniciais, ela estava vestida com jaleco branco e um estetoscópio rosa em torno do pescoço, quando roubou na tarde desta sexta-feira a recém-nascida Ayanna Milla Barbosa de Moraes dos braços da mãe.
Os pais reconheceram a suspeita através das imagens do circuito interno de segurança, que flagraram a mulher à espera do elevador, carregando uma bolsa onde poderia estar a criança.
Policiais da 72ª DP, em São Gonçalo, suspeitam que outra pessoa tenha dado cobertura ao sequestro. A autora do crime entrou no quarto 302 por volta das 17h, dizendo que a criança precisava fazer os exames do pezinho, do olhinho e da orelhinha. "Ela entrou dizendo que era pediatra, auscultou a criança e saiu do quarto. Em segundos, ela voltou dizendo que a enfermeira estava ocupada e que ela mesma iria levar a nossa filhinha para fazer os exames. Nós acreditamos", lamentou o auxiliar de produção Joffree Lazarius de Moraes, 27 anos, pai do bebê.
Natural de Manaus e há um ano no Rio, a auxiliar administrativa Eliza da Silva Barbosa, 27 anos, fez um apelo desesperado, antes de encontrar a vítima: "Não sei porque você fez isso, o que você quer, mas devolva a minha filha, por misericórdia. Quem é mãe sabe da dor que eu estou sentido agora. Peço que a entregue em algum hospital. Só queremos ela de volta, por favor", implorou a mãe, que após o choque sofreu uma hemorragia, controlada pela equipe médica. Eliza se internou na quinta-feira e o bebê nasceu à 0h15 desta sexta.
A ação da sequestradora durou menos de 15 minutos. A falsa médica chegou ao terceiro andar de elevador, cumprimentou enfermeiras e entrou no quarto de Eliza para pegar a criança sem que ninguém percebesse o golpe. Só uma hora depois, o diretor do hospital, Sérgio Moutinho, chamou a polícia. "A própria mãe deu a criança, a gente não tem um acesso a isso, e ela saiu com a criança dentro da bolsa, então a gente não revista a bolsa quando sai", justificou ele.
Hospital promete reforçar segurança
A diretora administrativa da Casa de Saúde São José admitiu na madrugada deste sábado que será preciso reforçar a segurança da unidade de saúde. Segundo ela, mais de mil pessoas circulam diariamente pelo lugar, que atende à demanda de cirurgias de médicos de outros hospitais.
"Trabalhamos com o corpo clínico aberto, ou seja, recebemos médicos de outros lugares todos os dias, o que naturalmente facilitou a coisa para falsária. Foi uma fatalidade e não vamos medir esforços para que tenhamos um final feliz. Já temos as câmeras, mas vamos buscar outra alternativa, como a checagem dos profissionais de saúde", disse.
Antes de roubar o bebê recém-nascido na Casa de Saúde São José, a mulher tentou aplicar o mesmo golpe no Pronto Socorro de São Gonçalo, onde funciona uma maternidade, e em outro hospital do município. A notícia sobre o roubo da criança levou enfermeiras das outras unidades a trocaram informações sobre o caso.
"Ficamos sabendo que a avó de uma criança evitou que ela levasse o bebê ao tirá-lo dos braços dela no exato momento em que a falsa médica tentava levá-lo para fazer exames. O argumento da mulher foi o mesmo, mas infelizmente meu irmão e minha cunhada é que acreditaram na história do exame", lamentou Joyce Monique Moraes, tia do bebê roubado.
Após nove meses de gestação Eliza está sob efeito de sedativos. "Ela teve uma gravidez de alto risco e agora acontece um negócio desses", lamentou Joffree. O casal escolheu um nome de origem africana, Ayanna Milla, que significa 'bela flor' para homenagear a primeira filha. "Esperamos que ela volte para o nosso jardim", concluiu o pai.

Nenhum comentário:


Fornecido Por Cotação do Euro