terça-feira, 19 de julho de 2011

Por quê há corruptos entre nós?




Se colocamos para legislar o primeiro, os cárceres serão a universidade dos segundos. Se colocamos os primeiros para cuidar do dinheiro, os segundos seremos todos nós

Por quê há corruptos entre nós?


Há dois tipos de corruptos, o Delinqüente Comum e o Inteligente, muitos delinqüentes comuns são na essência o produto da brutalidade e da frustração social, a maioria estimulados pelo ambiente cultural que ativa seus anti-valores, são quase bestas, metade vítimas e metade vitimados, pero nocivos em 100%, são menos inteligentes. Seus métodos e fins são tão medíocres que terminam quase sempre na cadeia ou no cemitério, porém, em todo caso, este delinqüente é o mal menor. Podemos vê-lo, podemos nos prevenir, podemos combatê-lo. Porém, o delinqüente inteligente, esse sim é o verdadeiro câncer, esse não tem desculpas sociais, é um hipócrita, um malvado em essência que em cada golpe sangra de forma massiva a sociedade; veste-se de mestre, de padre, de polícia, de advogado, de médico ou de aplausível ancião, político, comerciante ou sindicalista, e em seus simples mimetismo mente, mente tanto que cria uma espécie de direito divino a delinqüir (medidas e ações não leais que contrastam o interesse coletivo). Eles são saqueadores da fé e cães Cérbero da desesperança, demônios sem perdão, sem justificação. Muitas vezes um delinqüente comum é um assalariado do corrupto inteligente, esse que tem uma inteligência sem alma, sem valores, um talento inato para o mal e essa habilidade sem moral, sem ética, que é a maldade pura e que se manifesta em ser corruptível ou corruptor.

Da corrupção e do dinheiro

Porém, separar a corrupção do materialismo é impossível, há duas causas para ser corrupto, o Capital e o Poder, o delinqüente comum com dinheiro pode esbanjar e banhar-se em efêmero luxo, porém continuará sendo um medíocre sem poder; ao contrário, um corrupto muito inteligente usa o capital para comprar poder, compra a família com ostentação e estes nunca se perguntam de onde sai a abundância; ele busca a sensação da idolatria, a síndrome monárquica de decidir sobre o bem e sobre o mal e para isso lhe é necessário o dinheiro, ainda que o verdadeiro ato ilícito sejam as perversões cometidas para conseguí-lo. Porém nem toda ação de corrupção se baseia na apropriação do dinheiro, também há malversação, dolo, distração, discriminação, maltrato, negligência, nepotismo e amiguismo, entre outras.

Como nasce a Corrupção

A igualdade entre os seres humanos não existe, ninguém é igual a outro, há diferenças físicas, intelectuais e de destrezas. A lei procura a equidade entre os seres de maneira justa, de modo a garantir a perpetuação da espécie em sociedade; por isso, em cada grupo social existe uma dinâmica constante de pugna pela sobrevivência, quase sempre o medo de ser submetido por outros faz com que o indivíduo tome medidas preventivas sugestivas, mostra as garras e marca seu espaço como o animal que é. Os mais débeis apelam a rodear o mais forte e formas clãs que, por sua vez, aplicam medidas sugestivas coletivas de segurança. È onde se apresentam o medo e a ambição; começam a se romper os espíritos e surge o egoísmo e a inconsciência. Poder-se-ia dizer que no fundo o corrupto é um covarde, um inválido de coração e seu medo é tão grande como sua capacidade para acumular riquezas e poder.

Sopas de cultivo da corrupção

Se colocarmos corruptos inteligentes para caçar delinqüentes comuns, transformamos em gigante o primeiro e eterno ao segundo. Se designamos o primeiro para educar o segundo, obteremos sicários e sindicateiros. Se colocamos para legislar o primeiro, os cárceres serão a universidade dos segundos. Se colocamos os primeiros para cuidar do dinheiro, os segundos seremos todos nós. Aonde há poder de decisão há um espaço para um depredador da ética, os postos públicos na administração, em aduanas, no poder judicial, nas bancas examinadoras e em qualquer lugar de avaliação do outro é por fim um lugar para o estupro e a corrupção. Então, eliminando o centralismo das decisões, a possibilidade unilateral de poder, fazendo menos apetecível esse posto, será pouco provável a infiltração do parasita da corrupção.

Da reforma necessária

Em primeiro lugar a administração pública deve exercer-se em comissões de serviços, ou seja, qualquer cidadão com o perfil requerido se coloca a obrigatória tarefa de permanecer no referido posto por um tempo determinado, com o mesmo salário que obteria em seu trabalho habitual, prévia exploração de bens e nexos imediatos e a coincidência de estes ao fechamento de seu serviço. A assinatura de documentos consignatários e decisórios deve ser tripartite, governo, controladoria e comunidade. A lei capital necessária aos atos de corrupção, sem benefícios nem prescrição derrogatória, aos magistrados que, por inobservância da lei facilitem a impunidade deve acompanhar a pena do imputado. Ou seja, o medo social que origina a corrupção deve ser infinitamente menor que o medo de ser descoberto como corrupto e assim, os inteligentes, os potenciais corruptos inteligentemente deixarão de sê-lo.

Nenhum comentário:


Fornecido Por Cotação do Euro