Oito minutos de desespero no interior de ônibus
Imagens de assalto mostram desde o momento em que ladrões iniciam roubo até tiroteio com a PM, em frente à prefeitura
POR FLÁVIO ARAÚJO
Rio - Os quase oito minutos de terror que viveram os passageiros do ônibus 352 (Castelo-Riocentro), na noite do dia 12, não ficaram gravados apenas nos pesadelos dos ocupantes do coletivo. As imagens das câmeras de segurança do ônibus da Viação Redentor mostram detalhadamente o momento em que o rodoviário Manoel Francisco Nunes Alves, de 51 anos, foi atingido na testa. Ele ainda corre risco de vida, em coma no Hospital Souza Aguiar, no Centro.
As mesmas imagens serviram para que a investigação da 6ª DP (Cidade Nova) dissipasse uma dúvida: segundo a polícia, o tiro que atingiu Manoel fora disparado por um dos bandidos e não por PMs que pararam o ônibus em frente à sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova.
Suspeita e persegução
Ao passar pela Rodoviária Novo Rio, a movimentação no ônibus desperta suspeita de patrulha PM — que também é alertada por um passageiro — e passa a perseguir o ve</IP>ículo. O carro com três policiais fecha o ônibus na Avenida Presidente Vargas às 20h16. O que se segue são mais de três minutos de intenso tiroteio.
“O bandido disse que ia matar todo mundo na hora em que o ônibus foi parado. Ele insistia para que o motorista seguisse em frente e ameaçou atirar a esmo”, contou na ocasião o passageiro Sérgio Noronha Resende, de 52 anos, vendedor que mora em Botafogo. Sérgio estava banhado de sangue e chegou a achar que tinha sido baleado. “Pensei, levei um tiro,mas esse sangue todo é do rapaz que foi atingido perto de mim”.
O sangue era do rodoviário Manoel. Voltando para casa, após o dia de trabalho, ele tentou se proteger no banco que fica atrás do motorista, mas não teve tempo.
Passageiro pula a janela para escapar dos disparos
O assalto e o tiroteio foram filmados de quatro ângulos diferentes. Uma câmera que<CW-10> fica fixa sobre a cobradora do ônibus flagra o rosto dos bandidos. Outra, direcionada para o condutor, mostra o momento em que um passageiro, em desespero, se joga pela janela, por cima do motorista, para fugir dos disparos.
A câmera do fundo do ônibus mostra o pânico dos passageiros e a imagem de Manoel antes de ser baleado. A última está voltada para a frente do veículo, mostrando a rua e detalha a ação da PM.
A troca de tiros fez cinco vítimas. Manoel Francisco ficou em estado mais grave, mas Athur Lopes da Silva, de 21 anos, foi ferido com um tiro no braço direito e outro na perna direita. Os dois assaltantes, Rosildo Francisco Lima, de 41 anos, e Jaílson de Lima da Silva, também foram baleados, sem gravidade.
O soldado PM Paiva levou um tiro no pé direito e foi medicado no hospital da corporação.
Mais de dez roubos a coletivos por dia no Rio
De janeiro a maio deste ano, já foram registrados 3 mil assaltos dentro ônibus no estado, de acordo com estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP). Os dados indicam que, na cidade do Rio, a média mensal de assaltos a coletivos é de pouco mais de 350 casos, entre janeiro e maio deste ano. Mesmo apresentando queda de cerca de 10% em relação ao mesmo período de 2010, são mais de dez assaltos por dia.
“Não temos segurança nem para trabalhar, nem para ficar em casa. É desesperador”, queixou-se, na ocasião, a assistente contábil Elaine Silva, 33 anos. A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do estado do Rio (Fetranspor) ressaltou que, em 2010, houve 8,2% menos casos que em 2009.
Clique na imagem para ver o infográfico em tamanho maior | Arte: O DIA
A ação começa às 20h11 na Avenida Brasil, altura de Benfica. Ali, os dois criminosos embarcam e passam normalmente pela roleta, pagando as passagens. No ponto seguinte, já em São Cristóvão, vários passageiros desembarcam. É quando a dupla anuncia o assalto e começa a recolher os pertences dos cerca de 40 passageiros.Suspeita e persegução
Ao passar pela Rodoviária Novo Rio, a movimentação no ônibus desperta suspeita de patrulha PM — que também é alertada por um passageiro — e passa a perseguir o ve</IP>ículo. O carro com três policiais fecha o ônibus na Avenida Presidente Vargas às 20h16. O que se segue são mais de três minutos de intenso tiroteio.
“O bandido disse que ia matar todo mundo na hora em que o ônibus foi parado. Ele insistia para que o motorista seguisse em frente e ameaçou atirar a esmo”, contou na ocasião o passageiro Sérgio Noronha Resende, de 52 anos, vendedor que mora em Botafogo. Sérgio estava banhado de sangue e chegou a achar que tinha sido baleado. “Pensei, levei um tiro,mas esse sangue todo é do rapaz que foi atingido perto de mim”.
O sangue era do rodoviário Manoel. Voltando para casa, após o dia de trabalho, ele tentou se proteger no banco que fica atrás do motorista, mas não teve tempo.
Passageiro pula a janela para escapar dos disparos
O assalto e o tiroteio foram filmados de quatro ângulos diferentes. Uma câmera que<CW-10> fica fixa sobre a cobradora do ônibus flagra o rosto dos bandidos. Outra, direcionada para o condutor, mostra o momento em que um passageiro, em desespero, se joga pela janela, por cima do motorista, para fugir dos disparos.
A câmera do fundo do ônibus mostra o pânico dos passageiros e a imagem de Manoel antes de ser baleado. A última está voltada para a frente do veículo, mostrando a rua e detalha a ação da PM.
A troca de tiros fez cinco vítimas. Manoel Francisco ficou em estado mais grave, mas Athur Lopes da Silva, de 21 anos, foi ferido com um tiro no braço direito e outro na perna direita. Os dois assaltantes, Rosildo Francisco Lima, de 41 anos, e Jaílson de Lima da Silva, também foram baleados, sem gravidade.
O soldado PM Paiva levou um tiro no pé direito e foi medicado no hospital da corporação.
Mais de dez roubos a coletivos por dia no Rio
De janeiro a maio deste ano, já foram registrados 3 mil assaltos dentro ônibus no estado, de acordo com estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP). Os dados indicam que, na cidade do Rio, a média mensal de assaltos a coletivos é de pouco mais de 350 casos, entre janeiro e maio deste ano. Mesmo apresentando queda de cerca de 10% em relação ao mesmo período de 2010, são mais de dez assaltos por dia.
“Não temos segurança nem para trabalhar, nem para ficar em casa. É desesperador”, queixou-se, na ocasião, a assistente contábil Elaine Silva, 33 anos. A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do estado do Rio (Fetranspor) ressaltou que, em 2010, houve 8,2% menos casos que em 2009.
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