sábado, 9 de julho de 2011

Julgamento do caso mensalão pode ficar para 2012 e ser o mais longo do Supremo

O ministro do STF, Joaquim Barbosa, em foto de Aílton de Freitas

BRASÍLIA - A partir das alegações finais da acusação apresentada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o processo do mensalão deve cumprir ainda um longo caminho até o julgamento final no Supremo Tribunal Federal (STF). Os réus terão, a partir do início de agosto, quando o Judiciário voltará do recesso, 30 dias para apresentar suas últimas defesas. Só então o relator do caso no Supremo, ministro Joaquim Barbosa, começará a elaborar seu voto, que deve ser concluído em dezembro. Na previsão dele, a sessão que selará o destino dos 36 acusados deve ocorrer no início de 2012.
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Barbosa está de licença médica devido a uma cirurgia no quadril e, segundo disse nesta sexta-feira a interlocutores, ainda não analisou as alegações do chefe do Ministério Público Federal. E afirmou que isso só deve ocorrer no seu retorno ao Supremo, em agosto. Concluído o voto do relator, caberá ao ministro revisor, Ricardo Lewandowski, elaborar o seu, que não tem prazo certo.
Em entrevista nesta sexta-feira, em Roraima, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse esperar que o desfecho do caso ocorra ainda este ano. Joaquim Barbosa e o presidente do Supremo, Cezar Peluso, também já manifestaram interesse em acelerar os trâmites internos - não os da defesa - para se tentar fazer o julgamento ainda este ano. Mas eles próprios não são muito otimistas.
Seja qual for a data, o julgamento em si deve ser um dos mais extensos da história do Supremo. O advogado de cada réu tem direito a uma hora de sustentação oral. Em geral, uma sessão comum do tribunal dura em torno de quatro horas. Soma-se a isso o tempo de exposição do procurador-geral (uma hora, se não houver acordo para estendê-lo), fora as manifestações dos ministros.
A ação penal do mensalão corre no Supremo, um foro privilegiado, porque dois dos acusados são deputados - Valdemar Costa Neto (PR-SP) e João Paulo Cunha (PTSP). Recentemente, surgiram boatos de que, na reta final da ação, eles poderiam renunciar aos mandatos, o que, em tese, levaria o processo para a instância comum da Justiça, começando do zero novamente.
Diante dessas especulações, o próprio relator Joaquim Barbosa esclareceu que, caso houvesse renúncia dos deputados, ele desmembraria a ação. Os dois deputados negam que tenham essa intenção.
Outra especulação é que alguns dos crimes estariam prescrevendo, e o primeiro seria o de formação de quadrilha. Para Joaquim Barbosa, esse crime se prescreverá em oito anos a partir de agosto de 2007, data do recebimento da denúncia.

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