segunda-feira, 4 de julho de 2011

Caso Juan: Wanderson deixa hospital sob escolta policial


Rio - O jovem Wanderson dos Santos de Assis, 19, uma das vítimas do tiroteio entre policiais e traficantes na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no último dia 20, já deixou o hospital com proteção policial da Coordenadoria de Recursos Especiais do Estado do Rio de janeiro (CORE). Na manhã desta segunda foi confirmado que o rapaz está incluído no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (PROVITA). Wanderson entrou no programa juntamente com seu pai, José Antonio de Assis, e sua mãe, Rita da Silva.

Na época do crime, Wanderson chegou a ser apontado como traficante, enquanto esteve internado no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Na última semana, ele obteve liberdade provisória, depois que a Defensoria Pública do Estado apresentou provas de que o rapaz era trabalhador.

Na manhã desta segunda-feira a Polícia Militar se reuniu para avaliar se as buscas pelo corpo do menino seriam retomadas, optando por não realizarem uma nova ação. Segundo o comandante do 20ºBPM (Mesquita), coronel Sergio Mendes, a chuva e o solo encharcado dificultariam o trabalho dos cães farejadores. Por esse motivo, as buscas serão retomadas apenas quando o tempo melhorar.

Mendes também informou que, até o momento, nenhuma nova informação foi recebida pelo serviço de inteligência da PM, o que também tornaria o trabalho mais difícil.

Beltrame nega que polícia tenha demorado a investigar o caso

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, negou na última sexta-feira que a polícia tenha demorado para investigar o desaparecimento do menino, baleado em um confronto entre policiais militares e traficantes na Favela do Danon.

"A 56ª DP ouviu as pessoas logo no início do caso e temos estes depoimentos. A polícia não parou. Todos os procedimentos foram adotados, mas temos que esperar a conclusão para que a gente possa corroborar o que foi colhido em depoimento e nas ruas com a perícia", disse Beltrame em entrevista ao RJ TV.

Para Beltrame, a polícia não investigou o desaparecimento de Juan antes por se tratar, inicialmente, de um caso de auto de resistência. "A questão pericial não foi feita, pois tratávamos o caso como alto de resistência. Os policiais envolvidos no incidente foram afastados, se não me engano, na terça ou quarta-feira e temos três inquéritos: o da delegacia, do batalhão de Mesquita e da Corregedoria", afirmou.

O secretário repetiu as palavras do coronel e comandante geral da PM, Mário Sérgio Duarte, que caso seja provado participação os PMs serão punidos. "Se for comprovada a participação de algum servidor público neste caso, eles serão punidos como sempre fizemos".

Beltrame afirmou que o empenho para resolver o caso é total: "Meu empenho é 100% e vamos dar a resposta a este caso. Acho que o tratamento não foi diferenciado pelo fato de o menino ser pobre. Na minha concepção o cidadão que paga imposto na Zona Sul tem o mesmo direito que o da Zona Norte", completou.

Família é inserida em programa de proteção contra ameaças de morte

A Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) informou, nesta quinta-feira, que Wesley de Moraes e sua família já foram inseridos no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente  Ameaçado de Morte (PPCAM).

O PPCAM é um programa desenvolvido pela SEASDH em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Wanderson dos Santos de Assis, 19 anos, permanece acompanhado por agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais do Rio de janeiro (CORE), enquanto permanece no hospital, e será inserido em outra modalidade de programa de proteção.

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