A Casa Caiu

As revelações sobre as irregularidades na licitação de duas agências de publicidade ocorridas na Câmara Municipal de Curitiba são estarrecedoras. De acordo com o Tribunal de Contas do Estado, uma das empresas vencedoras não poderia sequer ter concorrido, pois a proprietária, Cláudia Queiroz Guedes, era funcionária do Legislativo e mulher do presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). Ela teria recebido R$ 5,2 milhões pelo contrato. Há evidentemente nesse caso dois deslizes éticos, mas o pior de tudo é a relação afetivo-familiar envolvida no negócio. Este “agradinho”, além de implicar em responsabilidade pelo mau uso do dinheiro público, é repudiado pela população. Importante dizer que não se trata de alguns tostões. Esmiuçando: são R$ 500 mil por mês, valor maior do que é recebido de fontes públicas pelos principais veículos de comunicação da capital. Por tudo isso, o tradicional político, tantas vezes comandante da Câmara, deve explicações aos curitibanos, ao Ministério Público e aos seus colegas vereadores. A denúncia é grave e inviabiliza a sua pretensão de ser o candidato a vice-prefeito na coligação com Luciano Ducci (PSB) em 2012.