Vídeo que mostra assédio a mulher nas ruas é visto mais de 14 milhões de vezes
A
câmera mostra uma mulher andando durante dez horas pelas ruas de Nova
York. A princípio, isso não faria deste vídeo um viral na internet. Mas,
neste caso, as imagens retratam o assédio constante pelo qual passam
mulheres em uma simples caminhada.
Enquanto a mulher anda, ouve homens dizerem "E aí, coisa linda?", "Que Deus te abençoe" e "Caramba".Quando ela os ignora, eles insistem - "Não quer mesmo falar comigo? É por que sou feio?" - enquanto outros a repreendem - "Sorria mais" e "Você deveria ser mais grata por alguém reconhecer sua beleza".
Em certo momento, um homem caminha por cinco minutos ao seu lado em silêncio.
Ao longo das dez horas, esta mulher ouviu mais cem comentários, "sem levar em conta os vários assobios" e outros tipos de reações.
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O vídeo e seu sucesso na internet - o clipe já foi visto mais de 14 milhões de vezes - reacenderam o debate sobre o assédio sexual a mulheres nas ruas. (Clique aqui para a assista aqui)
Para muitas delas, este tipo de experiência não é uma novidade, apesar de ser bem deprimente.
A atriz Shoshana Roberts, de 24 anos, registrou a caminhada com uma câmera oculta e a resumiu em vídeo de dois minutos de duração.
Ele foi produzido em parceria com a ONG Hollaback!, que faz uma campanha contra este assédio nas ruas.
"Foi um dia típico da minha vida", diz Roberts. "As pessoas precisam saber o que isto está acontecendo."
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Intimidação e surpresa
Segundo a fundadora e diretora-executiva da Hollaback!, Emily May, o vídeo tem dois objetivos: por um lado, quer mostrar às vítimas de assédio que elas não estão sozinhas e por outro quer mostrar àqueles que nunca passaram por este tipo de assédio o quão intimidante isso pode ser.Na terça-feira, a Hollaback! denunciou que entre os comentários feitos no vídeo havia ameaças de estupro contra Roberts e pediu ajuda a internautas para identificar e denunciar os responsáveis.
Rob Bliss, que carregava a câmera com a qual a caminhada foi registrada, disse ter sido "realmente surpreendido" pelo grande número de homens que falaram com Roberts enquanto ela caminhava.
O assédio ocorreu de muitas formas. Bliss acredita que muitos homens, como ele, simplesmente não se dão conta de quão comum é esse tipo de comportamento e o impacto que ele pode ter.
"Não tenho a expectativa de mudar o comportamento de ninguém, mas queria que um homem visse a partir de um ponto de vista neutro, de uma outra pessoa, como é ser assediado na rua", afirma Bliss.
Roberts espera que as imagens façam com que os homens que assediam mulher na rua repensem seu comportamento.
"Sei que algo tem que mudar, só ainda não sei como", afirma ela.
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