"Atentado terrorista" em Jerusalém mata um bebé
Um bebé de três meses morreu e oito pessoas ficaram
feridas quando um palestiniano atropelou peões numa paragem de elétrico
em Jerusalém, nesta quarta-feira. A polícia disparou sobre o condutor
quando este fugia, o que acabou por levar à morte do homem algumas horas
depois, afirmaram a polícia e as autoridades hospitalares à agência
Reuters.
"Podemos confirmar que isto foi um ataque terrorista. O
condutor é um residente de Silwan e tem precedentes terroristas. Ele
cumpriu prisão por atividade terrorista", afirmou o porta-voz da polícia
Micky Rosenfeld, identificando o autor do atentado como Abdel-Rahman
Shaloudi, de 21 anos.
Não houve qualquer grupo ou organização palestiniana a
reivindicar o ataque. Porém, o porta-voz do Governo israelita, Ofir
Gendelman, afirmou prontamente que Shaloudi era um membro do Hamas,
segundo avançava o jornal francês "Le Monde".
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu
culpou o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, e o Hamas
pelo ataque. Netanyahu apontou ainda o dedo a Abbas por incitar a
violência e pediu à polícia para reforçar a sua presença em Jerusalém.
"Ataques terroristas como o de hoje em Jerusalém são
típicos do Hamas, parceiro do presidente [Mahmoud] Abbas no governo
palestiniano", afirmava o porta-voz do primeiro-ministro, Mark Regev,
referindo-se ao governo de coligação nacional que a Organização para a
Libertação da Palestina, dominada pela Fatah de Abbas, partilha com o
Hamas desde junho.
O bebé, a única vítima mortal do ataque, era
"alegadamente um cidadão norte-americano", avançou a porta-voz do
Departamento de Estados dos EUA, Jen Psaki, que, apresentando as
condolências do país e condenando o "ataque terrorista", não avançou
mais informação, refere a Reuters.
Também o presidente da Câmara de Jerusalém, Nir
Barkat, citado pelo "Le Monde", afirmou que a bebé e os pais são de
nacionalidade norte-americana. O bebé terá sido projetado entre 10 a 20
metros depois do embate do carro, batendo no chão com a cabeça, disse o
seu avô Shimshon Halpern à BBC.
Silwan, onde vivia Shaloudi, é um bairro de Jerusalém
maioritariamente palestiniano, que tem sido palco de violência nas
últimas semanas, sob os protestos contra os colonatos israelitas. O
episódio de quarta-feira parece ter aberto uma nova escalada de
violência. Na noite de ontem a polícia acabou por intervir para retaliar
os ataques palestinianos com pedras, explosivos e granadas.
A tensão tem sido permanente em Jerusalém desde os
acontecimentos que levaram a mais uma guerra israelo-palestiniana de 50
dias em Gaza, que terminou em agosto e contou cerca de 2000 mortos. A
guerra começou após a morte de um adolescente palestiniano queimado vivo
em Jerusalém oriental em julho. O homicídio do jovem foi atribuído a
três israelitas que estariam a procurar vingar as mortes de três outros
israelitas raptados na Cisjordânia três dias antes.
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