Há indícios de ação criminosa em incêndios florestais.
Há indícios de ação criminosa em incêndios florestais no Rio.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sobrevoou hoje (17) os
focos de incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos e disse que a
situação agravou-se muito de ontem (16) para hoje (17), com o aumento de
uma frente de fogo que restava na noite de ontem para cinco registradas
hoje. O modo como o incêndio se espalhou e suas características, na
opinião dos técnicos que trabalham no combate às chamas, indicam que o
desastre ambiental pode ser fruto de ação criminosa.
"Há indícios muito graves de o incêndio estar sendo causado por
atividades criminosas. Essa é a primeira avaliação pela dinâmica que
observamos do fogo. Existiam pontos muito isolados e esses pontos
viraram frentes de fogo. Está havendo um espraiamento dessas frentes de
fogo em lugares inclusive de difícil acesso", disse a ministra.
Izabella disse que a polícia vai atuar em conjunto com o Ibama para
fiscalizar, investigar e prender os responsáveis por tais ações, se for
confirmada a intenção criminosa. A ministra também destacou a situação
do bairro de Secretário, onde as chamas estão muito próximas de áreas
residenciais. "A região está realmente muito crítica, com linhas de fogo
entrando na cidade, pegando casas. Os bombeiros estão todos trabalhando
de maneira articulada com o apoio da Marinha. Devemos deslocar outro
helicóptero para cá", disse, acrescentando que o reforço foi combinado
com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.
Uma das principais preocupações do governo é que o fogo atinja as áreas
mais altas do parque, onde os campos serviriam de combustível para um
alastramento rápido. "Se ali entrar fogo, vai varrer tudo".
Segundo a ministra não é possível estimar ainda o tempo que vai levar
para que fogo seja combatido, nem quanto tempo será necessário para que a
vegetação seja recuperada, pois esta definição depende de laudos que só
são concluídos após um levantamento completo dos danos causados pelas
chamas. Izabella Teixeira disse que o tempo seco agrava o problema dos
incêndios e pediu a ajuda da população. "Pedimos que a população nos
ajude, prevenindo, não jogando nada que favoreça a ignição e que vigie
as pessoas, vigie as estradas".
Alguns fatores locais favorecem a propagação do fogo, como o acúmulo de
material que serve de combustível, pois a última queimada registrada no
parque foi em 1998. Além disso, a vegetação de Mata Atlântica, além de
não ser resistente às chamas, contêm muitas bromélias nas pedras mais
altas. Quando atingidas pelas chamas, essas plantas se soltam e caem
sobre a mata, espalhando o fogo.
A ministra também sobrevoou hoje o Parque Nacional da Serra do Cipó, em
Minas Gerais, e avaliou a situação de forma mais positiva, contando que o
número de frentes de fogo diminuiu de 48 para três. "Agora está em uma
parte a mais de 3 mil metros de altitude".
Fonte: Agência Brasil.
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