PISO SALARIAL DO MAGISTÉRIO TERÁ MUDANÇAS
A comissão de deputados federais, responsável por debater a forma de
reajuste do Piso Salarial dos Profissionais do Magistério Público da
Educação Básica apresentou ao presidente da Câmara, deputado Marco Maia
(PT/ RS), a proposta para o reajuste do Piso Salarial formulada pela
Undime, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e
Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Basicamente a
proposta que foi entregue é a seguinte: o Piso será reajustado
anualmente, no mês de maio, com base na reposição da inflação pelo INPC e
mais 50% equivalente ao crescimento das receitas do Fundeb.
A
intenção é de que o texto seja encaminhado como Medida Provisória, para
ter validade imediata. Ao entrar em vigor, a Medida Provisória
automaticamente tiraria a eficácia da ADIn 4848 – apresentada por
governadores – por se tratar de uma nova legislação e não ser o conteúdo
questionado no Supremo Tribunal Federal.
É mais uma tentativa
de resolver uma polêmica que se arrasta desde 2008, ou seja, há um
desacordo sobre a forma correta de corrigir os valores do piso nacional
do magistério.
Alguns esclarecimentos:
1. Atualmente a
forma de correção utilizada é feita levando em consideração a variação
do valor mínimo por aluno do FUNDEB dos dois anos anteriores, ou seja,
considera-se a variação deste valor entre 2012 e 2011 para estabelecer o
percentual que corrigirá o piso em 2013. O reajuste, por força da Lei
nº 11738/2008, é feito no mês de janeiro.
2. O governo federal
tentou aprovar no Congresso Nacional uma mudança que estabelecia
correção pela inflação do ano anterior. Esta proposta chegou a ser
aprovada na Câmara dos Deputados, mas caiu no Senado Federal.
3. No Senado federal chegou a ser aprovado um substitutivo que
estabelecia correção pela variação real (realmente executada) do valor
mínimo por aluno nos dois anos anteriores ou, caso menor, pela inflação
do ano anterior. A data do reajuste passaria para maio, para que os
dados efetivamente executados estivessem disponíveis.
4. O
governo conseguiu derrubar o substitutivo e o impasse continuou. Houve
forte reação dos governadores e prefeitos contra correções acima de 20%
(de 2012 e projetada para 2013). Daí que veio a ideia de formar uma
comissão de deputados que buscasse intermediar um acordo entre as partes
envolvidas (gestores e trabalhadores).
5. Recentemente os
governadores voltaram a questionar a validade da lei, agora no que se
refere ao formato de correção do valor do piso.
O acordo
anunciado, pelo que parece com a anuência da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação – CNTE e dos gestores municipais (UNDIME).
Pelo que li na imprensa os gestores estaduais não estiveram presentes,
mas não tenho informações se discordam da proposta apresentada. E, pelo
que sei, o ministério da Educação concordaria com o texto anunciado.
A ideia de baixar uma Medida provisória seria para superar a lentidão
da Câmara dos Deputados e tornar imediatos os efeitos da proposta,
evitando que o piso seja reajustado em janeiro de 2013 de forma
obrigatória.
O que isto significa na prática para os salários dos professores?
Bem, para construir o valor definitivo de 2013 é necessário aguardar o
encerramento do exercício de 2012, pois o valor do piso será (caso
aprovado pela Câmara ou tornado lei por Medida Provisória) calculado
pela variação do valor mínimo por aluno efetivamente realizado nos dois
anos anteriores. Tal informação no que diz respeito a 2012 só será
conhecida lá por março de 2013. Mas é possível tentar fazer alguma
projeção provisória.
Permanecendo a legislação atual e não
sendo revista a estimativa de valor mínimo por aluno atualmente vigente,
a correção do valor do piso seria de 21,75%, ou seja, o piso passaria
dos atuais R$ 1451,00 para R$ 1766,59.
A previsão de
crescimento da arrecadação do FUNDEB publicada no início deste ano é de
14,4% e de inflação está girando em torno de 5,35%. Assim, caso seja
baixada a Medida Provisória, a correção do piso será em maio e calculado
tendo por base a metade deste valor (7,2%) somado ao índice
inflacionário, ou seja, o piso sofreria uma correção de 12,56%. Seu
valor passaria para R$ 1.633,25.
Fonte: Blog do Luiz Araújo
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