Bruno recebeu o carinho da noiva, Ingrid Oliveira, e Macarrão foi amparado pela avó. Antes disso, testemunha de acusação relatou detalhes de uma suposta tentativa de assassinato da juíza planejada por Bola e detalhes macabros da morte de Eliza
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“Já estamos vivendo como casados, na prática”, esclareceu Ingrid. Terminada a sessão desta terça-feira Bruno e Ingrid se abraçaram, trocaram gestos de afeto e se despediram com um beijo discreto. “Pode levar o tempo que for. Vou estar sempre com ele. É amor demais”, disse ela.
Enquanto Bruno e Ingrid trocavam intimidades, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, cuja masculinidade foi colocada em dúvida durante o processo devido à tatuagem “Bruno e Maka. Amor eterno”, recebeu amparo da avó, que tem acompanhado todo o julgamento. Bruno e Maka respondem por sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver e homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio, mãe do filho do goleiro, Bruninho.
Fortes emoções marcaram o segundo dia do
julgamento. Fernanda Gomes, acusada de sequestro e cárcere privado de
Eliza e Bruninho, tentava esconder os acessos de choro enfiando a cabeça
entre os braços apoiados no espaldar de uma cadeira enquanto o
presidiário Jaílson Alves de Oliveira confirmava aos jurados ter ouvido
do ex-policial Marcos Aparecido de Souza, o Bola, uma confissão
detalhada do assassinato de Eliza.
Antes dela, Dayanne Rodrigues, ré por sequestro e cárcere
privado de Bruninho, também chorou quando Bruno dispensou o advogado
Rui Pimenta, fazendo com que ela seja julgada posteriormente, em separado
.As cenas melosas foram intercaladas por momentos de tensão e humor. Jaílson, que cumpre pena há 16 anos (“sem contar as fugas”, segundo ele) por latrocínio, impressionou a plateia pela erudição jurídica. Vestindo uma camiseta vermelha três números maior e chinelos, ele informava sobre os vários crimes dos quais é acusado citando o número do artigo correspondente no Código Penal e em alguns casos o parágrafo.
Questionado se tem o apelido Carioca, Jaílson respondeu em alto e bom som reiteradamente. “Não. Meu apelido é Miagui. Miiiiaguiii!”.
O codinome é uma referência ao personagem cinematográfico mestre Sensei Miyag (Pat Morita) professor de artes marciais de Daniel San no clássico dos anos 80 “Karatê Kid”.
Embora tenha a testa grande e olhos amendoados que lembram um oriental, o franzino Jaílson é paraibano.
Quando a testemunha revelou ter feito aniversário na véspera do depoimento foi a vez de a juíza Marixa fazer seu chiste. “Meus parabéns. Feliz aniversário. Longa vida para o senhor. É o que desejo para mim também”, disse a magistrada, arrancando gargalhadas da plateia.
Seria apenas uma piada de mau gosto se momentos antes Jaílson (ele próprio alvo de ameaças de morte) não tivesse relatado detalhes de uma suposta tentativa de assassinato da juíza planejada por Bola e detalhes macabros da morte de Eliza.
A brincadeira irritou o advogado Rodrigo Bizzoto, um dos defensores de Bruno, que solicitou a Marixa uma reprimenda à plateia.
O pedido do advogado foi atendido, mas o que trouxe o plenário de volta à realidade do julgamento de um crime bárbaro foi o relato de Jaílson sobre uma ameaça feita por Bruno no último dia 13.
Segundo a testemunha, Bruno, acompanhado de um agente penitenciário, o abordou na porta da enfermaria do presídio Nelson Hungria, onde ambos estão presos, e disse: “o que é seu está guardado. Você não sabe com quem está brincando. Seus dias estão contados”.
Instigado pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos, Jaílson ainda desafiou o goleiro a negar a ameaça. Bruno retrucou em voz alta e expressão dura. “Nem te conheço, parceiro”.
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