Provando do próprio veneno

China rebate acusações de espionagem dos EUA

PEQUIM - Justiça norte-americana denunciou cinco chineses por espionagem

Agência Ansa

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foto: Agência Ansa Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

PEQUIM - A China convocou oficialmente o embaixador norte-americano no país para um "protesto solene" contra as acusações de espionagem a cinco militares chineses. A agência de notícias oficial do governo Nova China afirmou que o embaixador Max Baucus foi convocado pelo vice-ministro das Relações Exteriores da China, Zheng Zeguang.
Ontem, 19, pela primeira vez os Estados Unidos anunciaram uma causa penal contra oficiais estrangeiros, acusando a China de cyber-espionagem industrial. Cinco alto-oficiais do Exército de Libertação Popular foram acusados de terem roubado segredos industriais de sites de diversas empresas norte-americanas. Para os magistrados norte-americanos, os militares teriam "recolhido segredos comerciais e documentos reservados a seis empresas e um prefeito norte-americano".
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, um júri federal em Pittsburgh acusou os cinco chineses de conspirar em conjunto e com outros para invadir os computadores. Eles estariam envolvidos em 31 casos ocorridos entre 2006 e 2014. Os acusados estão na China no momento, o que tornaria bastante improvável que fossem presos caso condenados.
"A decisão reflete a crescente preocupação dos Estados Unidos que certos comportamentos por parte da China continuem ocorrendo, apesar do apelo do presidente Obama ao presidente Xi Jinping", explicou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Para o governo Obama, a cyber-espionagem industrial e comercial é "inaceitável e algo que não pode ser tolerado, seja da parte da China ou de outros países", afirmou Carney. O porta-voz chinês Qin Gang respondeu as acusações, definindo-as como "simplesmente infundadas e com segundas intenções".
De acordo com o jornal norte-americano Wall Street Journal, os Estados Unidos também estariam se preparando para acusar alguns hackers russos, o que poderia ocorrer em breve. A publicação reporta que agências norte-americanas também estariam verificando incidentes do tipo envolvendo o Irã e a Síria.
A Rússia também se uniu à China para acusar os Estados Unidos de espionagem. O presidente chinês, Xu Jinping, e o russo, Vladimir Putin, condenaram indiretamente os Estados Unidos, e sem mencionar o nome do país, pela cyber-espionagem conduzida nos últimos anos pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA).