Colômbia: Guerrilha faz cessar-fogo entre 20 e 28 de maio devido a presidenciais
A guerrilha colombiana das FARC anunciou hoje uma trégua nas suas ações militares entre 20 e 28 de maio motivada pelas eleições presidenciais na Colômbia que decorrem em 25 de maio.
A trégua, anunciada em Havana por um dos delegados às negociações de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Governo colombiano, abrange pela primeira vez as atividades desta formação e do outro movimento guerrilheiro que atua no país, o Exército de Libertação Nacional (ELN), que não está presente em Havana.As FARC já decretaram tréguas unilaterais de algumas semanas e em diversas ocasiões e têm insistido que Bogotá adote uma posição semelhante, que tem sido recusada.
Na quarta-feira, um dos responsáveis das FARC tinha considerado que na atual campanha eleitoral na Colômbia «estão em jogo a paz ou a guerra», e advertiu que quem romper o processo de paz, iniciado formalmente em novembro de 2012 e que decorre na capital cubana, pagará um preço político «enorme».
«Quem romper este processo de paz em Havana, seja quem for o presidente da República, vai ter de pagar um custo político muito grande, enorme, porque este processo veio para ficar», considerou Ricardo Téllez, aliás «Rodrigo Granda», um dos negociadores da organização guerrilheira que há meio século iniciou uma rebelião armada na sequência de uma vaga repressiva generalizada contra os camponeses sem terra.
O Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que tomou a iniciativa de iniciar o processo de paz com a guerrilha mais antiga da América Latina, é o favorito ao escrutínio presidencial de 25 de maio.
Grande fazia referência aos progressos nas últimas sondagens eleitorais do candidato Óscar Iván Zuluaga, apoiado pelo antigo chefe de Estado conservador Álvaro Uribe, e que se declarou contrário a negociações entre o governo e a guerrilha.
O negociador da guerrilha também se referiu à possibilidade de um cessar-fogo bilateral na Colômbia e reiterou que «a bola está do lado do governo».
«É uma decisão política, uma decisão das partes. Não é tão complicado (...). Nós temos esse desejo, isso evitaria mortes, evitaria viúvas, órfãos, sangue e destruição material no nosso país. Poderemos decidir hoje mesmo, sempre e quando o governo o fizer também, é uma questão bilateral», sublinhou.
Diário Digital com Lusa
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