Modelo gaúcha é presa por trabalho ilegal
Amanda Griza é a única brasileira entre 60 modelos presas no país asiático. Após contato com consulado e embaixada, pais aguardam notícia.
A família da modelo
gaúcha Amanda Griza, 19 anos, aguarda com ansiedade notícias da jovem,
única brasileira entre 60 modelos internacionais presas desde 8 de maio
na China por trabalhar ilegalmente. Os pais, o casal de empresários
Edson e Helena Griza, proprietários de um salão de beleza em Camboriú,
Santa Catarina, garantem que ela entrou no país com um visto de
negócios, e que nenhum dos três pensava que a atividade seria ilícita.
O G1 entrou em contato com o Itamaraty e aguarda retorno sobre o caso.
"A
vítima da história é minha filha", lamenta Edson. "No consulado de São
Paulo, ela preencheu papéis dizendo que entraria na China para trabalhar
como modelo. Nunca se imaginou que isso poderia acontecer", afirmou.
A
mãe, Helena, concorda. "Nos consideramos vítimas", afirma. "Ela foi
selecionada para uma temporada de quatro meses e eles mandaram um pedido
de visto de negócio. Até a coisa acontecer, achávamos que isso tudo era
legal. Ela também achava. Não acredito que minha filha iria para lá
correndo esse risco", afirmou.
Amanda
mostrava inclinação à carreira ainda quando tinha 11 anos, e morava com
a família em Osório, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, e
participou de uma campanha publicitária da General Motors. Em 2009, dois
anos após a família se mudar para Camboriú, ela começou a trabalhar
como modelo na região. "Ela tinha o sonho de que a carreira dela
subisse. Sempre gostou do que faz", lamenta o pai.
A
modelo trabalhou no México, onde conheceu um brasileiro que intermediou
um contato com a agência de modelos M1. Surgiu a oportunidade de
trabalhar na China, o que causou contrariedade no pai. "Eu disse que é
um país comunista, era complicado", recorda Edson.
No
dia 8 de maio, quinta-feira da semana passada, policiais chineses
simularam uma seleção de modelos e prenderam 60 estrangeiras, entre elas
Amanda. No último contato que teve com a família, ela usou um
aplicativo do telefone celular para contar, pela internet, o que estava
acontecendo. "Ela nunca nos deixou sem saber nada, ficou nos mandando
mensagens entre as 8h e as 10h30 da manhã, nos narrou o que acontecia",
conta o pai.
Por
meio de contato com colegas de Amanda que não foram flagradas pela
polícia chinesa, a família obteve a informação de que a gaúcha seria
solta em 24 horas. O prazo, no entanto, aumentou para 72 horas.
Assustados com a situação, os pais conseguiram contato com uma
vice-cônsul, que conversou com as autoridades e visitou a modelo.
"As
autoridades informaram para ela na segunda-feira que ela tinha sido
presa por trabalhar ilegalmente", conta Helena, mãe de Amanda. A visita
aconteceu durante a madrugada desta quarta (15), quando a vice-cônsul
brasileira entregou à modelo uma carta enviada por e-mail pela mãe. "Ela
disse que a Amanda chorou muito e estava muito emocionada, estava
rezando para que tudo isso acabasse logo", relatou.
A
representante brasileira na China contou que seria instaurado um
processo que pode se estender por 30 dias. No entanto, segundo Helena,
"era para ficarmos tranquilos, porque eles estavam fazendo tudo o
possível para tirar minha filha de lá antes disso". A mãe ainda espera
pela chance de conversar por telefone com a filha, também solicitada
pela vice-cônsul.
Já
durante o dia, a família recebeu um contato da Embaixada da China no
Brasil pedindo informações sobre o caso. Após relatar o que aconteceu, a
família aguarda um retorno nesta quinta. Enquanto isso, Edson e Helena
seguem ansiosos por um desfecho para o caso. "Estamos com o coração em
pedaços", diz o pai.
Fonte: G1
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