Moradores de Ipanema pretendem entrar com ação contra empreiteiras da Linha 4
Encontro de moradores reuniu novas denuncias envolvendo as obras de expansão do sistema metroviário
Os moradores e síndicos dos condomínios atingidos pelas obras do Metrô Rio no bairro de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, realizaram uma reunião emergencial na tarde deste sábado (17/5) para tratar de detalhes de uma possível ação cautelar que eles pretendem pleitear na Justiça contra o consórcio Linha 4, formado pelas construtoras Odebrecht Infraestrutura, Carioca Engenharia e Queiroz Galvão. Na madrugada do dia 11 de maio, uma cratera se abriu no meio da Rua Barão da Torre, em razão das obras de expansão do sistema metroviário. O afundamento provocou fissuras em prédios e levou pânico aos condômino, algumas famílias chegaram a abandonar temporariamente os seus imóveis.Os danos relatados pelos moradores no encontro demonstraram que a situação é mais grave do que parece, de acordo com Fernando Azevedo, que chamou a atenção para a quantidade de comentários sobre a forma que o acidente foi tratado pelo consórcio. "A cratera foi fechada rapidamente, para ninguém saber o que estava acontecendo ali. Na verdade, foi um acidente grave mascarado pelos seus autores. O cenário foi alterado, como fazer uma perícia eficiente?", questionou Azevedo. Moradores de imóveis localizados a poucos metros do buraco afirmaram que os funcionários das empreiteiras trabalharam durante toda a madrugada, fazendo muito barulho.
Segundo Azevedo, a população que reside perto do canteiro de obras da Linha 4 afirma que há um mês observa uma constante trepidação nos imóveis, principalmente durante a madrugada. "Lustres, copos e outros objetos balançam dentro de casa. São muitos relatos desse tipo. Tem gente que nem consegue dormir e a preocupação é enorme para tudo mundo. Quando o morador vai reclamar no posto de atendimento na Praça da Paz ou através do teleatendimento, os funcionários do consórcio dizem que esse transtorno é normal e se quebrar qualquer coisa dentro de casa eles pagam. O que queremos é segurança, evitar acidentes. Quem vai imaginar que vão fazer uma obra dessa natureza na sua rua e arrebentar com seu apartamento?", desabafou Azevedo. O engenheiro civil enumera as reclamações dos condôminos após a cratera: são muitas fissuras e trincas em paredes, recalques em portarias e áreas de garagem.
"Em função desses fatos, vamos entrar com uma medida cautelar pedindo a paralisação das obras, até que as causas do afundamento sejam completamente esclarecidas e as providências para segurança dos moradores sejam adotadas pelo consórcio.", afirmou Azevedo. Com a abertura da cratera, duas calçadas ficaram completamente destruídas. "Elas simplesmente foram engolidas pelo buraco e o acidente não foi mais grave porque aconteceu de madrugada e ninguém estava passando na hora.", disse o engenheiro.
A preocupação dos moradores dos prédios que ficam no canteiro de obras da Linha 4 ainda não desapareceu. Durante a reunião, eles planejaram protestos que devem começar nesta segunda (19), com a exposição de faixas e cartazes nas janelas dos edifícios pedindo providências das autoridades e uma provável passeata pelas ruas da zona Sul, que deve acontecer no próximo sábado, após uma nova reunião geral dos síndicos com o jurista especializado na área civil e imobiliária. Esse encontro deve definir os primeiros passos para a abertura do processo na Justiça do Rio.
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