sábado, 24 de maio de 2014

Extrema-direita desiludida na Holanda e eufórica no Reino Unido

Extrema-direita desiludida na Holanda e eufórica no Reino Unido

Resultados ainda provisórios das eleições europeias, realizadas ontem no Reino Unido e na Holanda, preveem a vitória do UKIP de Nigel Farage e a derrota do PVV de Geert Wilders. Hoje vão a votos Irlanda e República Checa.
O líder do UKIP, Nigel Farage, alcançou um resultado histórico nestas eleiçõesO líder do UKIP, Nigel Farage, alcançou um resultado histórico nestas eleições / ANDY RAIN/EPA
Os resultados da votação nos partidos eurocéticos do Reino Unido e Holanda - os países que inauguraram a maratona eleitoral europeia - não poderiam ser mais divergentes.
No Reino Unido, os populistas do UKIP (Partido da Independência do Reino Unido) celebram os excelentes resultados obtidos nas eleições municipais, que deixam antever a provável vitória do líder Nigel Farage na corrida ao Parlamento Europeu, escrutínio que só irá decorrer no domingo, o dia em que terminam as votações nos restantes países da União Europeia.
O bom desempenho do UKIP afetou as três grandes formações políticas do país. Tradicionalmente apegado ao bipartidarismo entre conservadores e trabalhistas, o Reino Unido assistiu à entrada dos liberais-democratas na equação e parece estar prestes a converter-se num sistema de quatro partidos.
"Raposa do UKIP entrou no galinheiro de Westminster" 
Quando começaram a surgir os primeiros resultados, o líder do UKIP disse que "a raposa do UKIP entrou no galinheiro de Westminster". Nigel Farage acrescentou ainda que o seu partido vai "jogar para ganhar" as eleições gerais de 2015, e que terá hipóteses de garantir pela primeira vez uma representação na Câmara dos Comuns.
A confirmar-se o triunfo do UKIP nas europeias, a política britânica arrisca uma fase de grande instabilidade, a menos de um ano das eleições gerais de 7 de maio de 2015.
Do lado de lá do Mar do Norte, a vizinha Holanda parece escrever uma história radicalmente diferente. Várias sondagens antes das eleições davam como certa uma vitória dos eurocéticos liderados por Geert Wilders, o que não veio a verificar-se.
Sondagens efetuadas ontem à boca das urnas situam o partido PVV de Wilders atrás de todos os principais partidos holandeses pró-europeus, com 12,3% dos votos. Quase três pontos percentuais abaixo dos liberais D66 e dos Democratas Cristãos, cada um deles com mais de 15% dos votos.
Geert Wilders foi a deceção da noite 
Caso este cenário se confirme, o partido de extrema-direita, xenófobo e anti-islamita, perderá dois deputados no Parlamento Europeu, conservando apenas três entre o total de 26 representantes holandeses.
Anteriores sondagens davam como certa a vitória de Geert Wilders nas eleições europeias, mas a controvérsia em torno da sua aliança com a Frente Nacional francesa, o partido de extrema-direita de Marine Le Pen, terão comprometido as suas aspirações, deixando o PVV aquém dos resultados obtidos em 2009 (menos 4,8%).
Perante as primeiras previsões avançadas ao final da noite, Wilders foi obrigado a adiar a celebração num pequeno bar dos subúrbios de Haia. Insistiu que continuará a lutar pela "soberania nacional, por menos imigração e menos Bruxelas".
Irlanda e República Checa vão esta sexta-feira às urnas para eleger os representantes dos seus países no Parlamento Europeu. Sábado é a vez de Itália entrar em cena e no domingo os restantes 23 países da União Europeia. Os resultados nos 28 Estados-membros serão divulgados ao final do dia de domingo.

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