PARÁ – Diante da PM, cadeia é a melhor opção
Imagem do vídeo que registrou a brutal e covarde agressão da PM. |
Pelo
menos para os desvalidos, no Pará do governador Simão Jatene, apesar de todas as
ignomínias impostas pelo sistema carcerário, a prisão pode ser a opção mais
segura, diante da escalada da truculência policial, tão execrável quanto a brutalidade
da criminalidade. Esta é a conclusão na qual fatalmente se desemboca, no rastro
do drama de Alex Ferreira Sales, identificado como a vítima do gratuito e
covarde espancamento perpetrado por três PMs, na rua Henrique Gurjão, bairro do
Reduto, a 27 de abril passado, em episódio registrado em vídeo por um morador. Segundo
a versão oficial, Sales cumpre pena por roubo qualificado
e se encontrava em liberdade provisória, para tratamento de saúde, mas tratou
de retornar ao presídio metropolitano 2, em Marituba, após ser despejado na
praça Magalhães pelos PMs que recolheram-no na viatura policial com inominável violência.
Depois disso, ele desapareceu, aparentemente sem deixar vestígios, suscitando a
suspeita de ter sido morto pelos policiais militares que agrediram-no – o soldado Jhonatan
Miranda e os cabos Luis Silva e Alfredo Correa.
"Ele (Alex
Ferreira Sales) foi chamado para prestar depoimento e
confirma a agressão dos PMs”, afirmou ao G1, o portal de notícias da Globo, o
promotor militar Armando Brasil Teixeira,
em uma declaração
pleonástica, diante do vídeo que registra o episódio. O promotor militar
assinalou, na ocasião, que Sales reconheceu, como seus agressores, o
soldado Jhonatan
Miranda e os cabos Luis Silva e Alfredo Correa. E assinalou que os PMs,
por sua
vez,reconheceram Sales como a vítima do brutal e covarde espancamento.
"Ele diz que foi agredido sem motivação justa, mostrou o ferimento
da perna provocado pelo golpe do fechamento do porta-mala do carro e
também
reconheceu o local em que foi preso e a praça em que foi liberado",
acrescenta
Armando Brasil Teixeira. Durante o
depoimento, Sales também revelou que os agentes não informaram sua detenção,
via rádio, ao Centro Integrado de Operações, observou ainda o promotor militar.
“É complicado, porque ele é usuário de drogas”, declarou complementarmente Armando
Brasil Teixeira, ao comentar as
eventuais lacunas no relato da vítima dos três PMs. O acréscimo do promotor
militar soa algo capcioso, porque omite a irrelevância das eventuais lacunas
registradas no depoimento de Sales, diante das evidências do comportamento criminoso
dos três PMs.
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