Produtores de Santa Rosa Del Monday são paraguaios filhos de brasileiros.
Prefeita apoia brasileiros e foi agredida por integrantes do movimento.
Agricultores se dizem ameaçados por sem-terrasparaguaios (Foto: Reprodução/ RPC TV)
As áreas são usadas para produção de soja e milho, são responsáveis por metade de toda a produção agrícola do país vizinho e pertencem a filhos de brasileiros nascidos no Paraguai.
Alguns agricultores contam que foram ameaçados. Segundo Valdercir Berle, um integrante do movimento disse que iria atirar nele.
Para o agricultor Cledson Daltoé a ameaça foi diferente. “Eles falaram que vão comer o meu gado, roubar e depois que invadirem a terra eles vão alugar ou vender para mim”.
O movimento deseja que o governo cumpra uma lei de 2005 que proíbe a venda de terras para estrangeiros em uma faixa de até 50 quilômetros da fronteira. A determinação, porém, não vale para quem comprou terras antes da promulgação da lei. E este é o caso dos filhos de brasileiros. Os primeiros chegaram há 40 anos e adquiriram propriedades em Paraguai porque as terras eram mais baratas do que no Brasil.
A prefeita de Santa rosa Del Monday, que chegou a ser agredida por um grupo de sem-terras, afirmou que os descendentes de brasileiros são pessoas que trabalham e que convivem bem com toda a população.
Os agricultores que estão sendo ameaçados aconselham a manter distância do acampamento dos sem-terras. Um grande número de policiais vigia as estradas que levam ao local. Eles dizem que nos últimos dias outros "carperos" chegaram de vários lugares para reforçar o movimento.
Recentemente, em entrevista a uma rádio, o líder dos sem-terras, Eulalio Lopes, afirmou que, mesmo tendo nascido no país, os filhos de brasileiros não são paraguaios. “Ou paraguaio ou brasileiro. Brasiguaio não existe. Bom, não são brasileiros puros nem paraguaios puros”, declarou Lopes. A declaração deixou o conflito ainda mais tenso na região.
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