Do UOL, no Rio de Janeiro
O secretário estadual de Defesa Civil do Rio, coronel Sérgio Simões, afirmou neste domingo (29) que "quando eu sair daqui é porque tenho certeza absoluta de que não há mais nada para ser encontrado". O coronel participa da busca por vítimas do desabamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro, ocorrido no último dia 25
O secretário não confirmou a informação passada pelo subcomandante dos Bombeiros, coronel Ronaldo Brito Alcântara, de que os trabalhos serão concluídos ainda neste domingo.
Prédios desabam no centro do Rio de Janeiro
Escada magirus
O Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (CBMERJ) deslocou neste domingo uma escada magirus para a área do desabamento. Segundo militares que trabalham no local, o equipamento é fundamental para a conclusão dos trabalhos.
De acordo com o coronel Sérgio Simões, uma vez já removida a maioria dos escombros, os agentes inspecionam a parte dos fundos do edifício -- com saída para a rua Manuel de Carvalho. O secretário afirma que é provável que os últimos corpos estejam presos à estrutura lateral da área.
O trabalho dos bombeiros consiste agora em uma varredura manual. A limpeza de toda a rua Treze de Maio já foi concluída, e há grande chance de que as vias no entorno do perímetro do desabamento sejam liberadas ainda na noite deste domingo.
Sexto pedaço de corpo
Os bombeiros localizaram neste domingo mais uma parte de um corpo de uma vítima ainda não identificada.
O despojo foi encontrado no depósito do quilômetro zero da rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, local para onde estão sendo levados os escombros retirados da área do desabamento.
Desde o início dos trabalhos, os bombeiros já localizaram seis pedaços de corpos entre os escombros. "Não dá para identificar qual seria a parte do corpo", disse o coronel. "Precisamos esperar a análise pericial e descobrir por meio de exame de DNA se esta parte é de algum dos corpos já encontrados anteriormente ou uma nova vítima."
De acordo com Simões, as equipe de resgate que ainda trabalham no perímetro do desabamento sentem um forte mau cheiro vindo do prisma de ventilação do edifício Liberdade. "Trabalhamos com a possibilidade de que um ou mais corpos sejam encontrados neste local", diz o coronel.
Bens materiais nos escombros
Sobre a continuidade das buscas nos escombros retirados do local do acidente, a Prefeitura do Rio informou, em nota enviada na tarde deste domingo (29), que todo o material recolhido está sendo armazenado em um terreno da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana), localizado no KM 0 da rodovia Washington Luis.De acordo com a nota, o local é protegido 24 horas por dia pela PM, e possui duas câmeras, que filmam e gravam toda a movimentação. Todo o entulho está sob responsabilidade do corpo de Bombeiros, que realizará agora o trabalho de buscas por vítimas nesse material, no terreno da Comlurb.
Ainda segundo a nota, após a conclusão das buscas dos Bombeiros, a Polícia Civil e o Instituto Carlos Eboli realizarão perícia técnica e, somente após a perícia, a Prefeitura do Rio, com supervisão das autoridades policiais, contratará uma empresa que ficará responsável por separar os bens materiais que estão em meio aos escombros.
"A Procuradoria Geral do Município e a Polícia Civil adotarão todas as medidas possíveis para que o processo de separação seja acompanhado também pelos proprietários, a fim de que os bens sejam identificados e depois liberados pelas autoridades policiais.", finalizou a nota.
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Imagem de 18.jan.2011 (esquerda) mostra local dos prédios (em
vermelho) que desabaram no centro do Rio de Janeiro no dia 26.jan.2012
(direita)
A avenida 13 de Maio será liberada na segunda (30) para pedestres, entre a avenida Almirante Barroso e a rua Evaristo da Veiga. Na avenida 13 de maio, os prédios e o comércio do lado oposto ao desabamento também voltam a funcionar normalmente. O edifício Capital, de 20 andares, no número 6 da avenida 13 de Maio, permanecerá fechado, assim como o anexo do Teatro Municipal, na mesma avenida.
A avenida Almirante Barroso será totalmente liberada ao tráfego de veículos também na segunda-feira (30), a partir das 6h.
Indenizações de R$ 200 mil
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) considera que as famílias que perderam parentes no desabamento devem receber aproximadamente R$ 200 mil de indenizações.De acordo com o procurador-geral da OAB do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Ronaldo Cramer, enquanto os responsáveis não forem apontados pelo poder público, as vítimas não têm condições jurídicas de pleitear indenizações na Justiça.
"Parentes de pessoas que morreram podem exigir indenizações por danos morais. E quem perdeu patrimônio tem direito a entrar com uma ação pedindo reparação material. Mas, naturalmente, essas ações só podem existir a partir do momento em que houver um réu", disse Cramer neste domingo, 29, em nota.
O procurador ainda destacou que, no caso de perda patrimonial, o valor pago depende de quanto o autor da ação consegue documentar os investimentos feitos.
Para Cramer, o fato da apuração dos responsáveis ser responsabilidade do poder público pode facilitar a vida das vítimas na Justiça. "Essas pessoas não vão precisar produzir as provas que garantam o pagamento das indenizações".
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