O jornalista
paraense faz um resgate histórico da construção da polêmica barragem de
Tucuruí, no Pará, uma das grandes obras do período da ditadura militar
no Brasil. Tucuruí, a barragem da ditadura relata os lances que
envolveram a hidrelétrica desde o início em 1974 até o término em 1985,
mostrando que apesar da censura e da ditadura, o debate sobre a obra
chegou à opinião pública por meio da imprensa.
Construída
no Rio Tocantins, entre Belém (PA) e Marabá (MA), a hidrelétrica de
Tucuruí, um dos grandes projetos de infraestrutura da ditadura militar
na Amazônia, foi alvo de polêmicas e debates por parte da sociedade
brasileira via imprensa e o jornalista Lucio Flavio foi o autor de
grande parte delas.
Quando foi inaugurada em
setembro de 1984, seu custo ultrapassar em US$ 2,1 bilhões o custo
inicial, totalizado US$ 4,7 bilhões. Oficialmente o governo só admitiu
US$ 4,5 bilhões de custo, mas Lucio Flavio afirma que ultrapassaram mais
de US$ 10 bilhões.
De acordo com seu
relato, a hidrelétrica estoca em seu reservatório 45 milhões de metros
cúbicos de água que movimentam 23 turbinas. Seis delas suprem de energia
duas grandes empresas: a Albrás, em Belém, e a Alumar, em São Luiz do
Maranhão. Três turbinas abastecem o Estado do Pará e o restante é
exportado, transformando o estado em terceiro maior exportador de
energia bruta do País.
Quase 30 anos se
passaram. A ditadura não existe mais e o Brasil é um país democrático.
Entretanto, os planos de construção de hidrelétricas na Amazônia
herdados da ditadura, acabaram sendo retomados. Primeiro pelo governo
Lula e agora pelo governo Dilma Rousseff. Em tempos de retomada de obras
de infraestrutura como Belo Monte, no Rio Xingu e muitas outras, o
relato de Lúcio Flavio pode ser precioso para aprofundar a reflexão e o
debate sobre tais projetos.
Tucuruí, a barragem da ditadura é uma publicação do Jornal Pessoal,
periódico que Lucio Flavio edita quinzenalmente há 24 anos. Nos últimos
19 anos, suas denúncias e reportagens lhe valeram – e ainda lhe valem –
inúmeros processos judiciais, agressões e violência.
Para mais informações sobre o livro contate jornal@amazon.com.br
Fonte: ISA, Instituto Socioambiental.
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