segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Kadafistas tomam controle de cidade no norte da Líbia


Confronto em Bani Walid, antigo bastião do ditador, já deixou pelo menos quatro mortos

Saif al-Islam Kadafi no dia de sua captura
Foto: REUTERS
Saif al-Islam Kadafi no dia de sua captura REUTERS
TRÍPOLI - Mais de três meses após a morte de Muamar Kadafi, um grupo remanescente de forças leais ao ditador tomou nesta segunda-feira a cidade de Bani Walid, um dos últimos redutos do regime a cair na revolta do ano passado. Segundo moradores, pelo menos quatro pessoas foram mortas e outras 20 ficaram feridas nos confrontos.
Com armas pesadas, incluindo mísseis antitanque, os mais de cem kadafistas já teriam estendido bandeiras verdes - símbolo da ditadura que durante quatro décadas imperou na Líbia - no centro da cidade. Eles teriam se rebelado após membros da milícia 28 de Maio, fiéis ao Conselho Nacional de Transição (CNT), que está no comando do país, terem prendido seguidores de Kadafi.
- Eles estão no controle da cidade, estão circulando por ela - disse à agência de notícias Reuters um membro da milícia pró-governo que lutava contra as forças kadafistas.
As autoridades locais pediram a intervenção do Exército, mas a ajuda ainda não chegou. Soldados já teriam deixado Trípoli, a cerca de 200Km de distância, em direção a Bani Walid.
- Eles massacraram homens na porta do quartel da milícia - contou um morador.
Bani Walid, no norte da Líbia, foi um dos principais e últimos bastiões de Kadafi . Os rebeldes lutaram durante meses para dominá-la. Muitos na cidade ainda se dizem contra o governo do CNT.
No fim de semana, manifestantes invadiram a sede do CNT em Benghazi para pedir transparência e justiça ao novo governo. O vice-presidente do conselho acabou pedindo demissão por causa da pressão popular, e justificou sua saída dizendo que tentava evitar o enfraquecimento do governo.
Governo diz que julgará Saif na Líbia
O governo líbio afirmou nesta segunda-feira que julgará no país Saif al-Islam, filho do ditador Muamar Kadafi, com a autorização do Tribunal Penal Internacional (TPI). O TPI, porém, nega que detalhes do julgamento já tenham sido acertados.
- A Líbia pediu na sexta-feira ao TPI que Saif seja julgado em uma corte líbia. O TPI aceitou - afirmou o ministro da Justiça Ali Khalifa Ashur, para depois ser desmentido pelo tribunal:
- Não há uma decisão dos juízes do TPI - disse o porta-voz Fadi el-Abdallah à agência Reuters.
O TPI tem mandados de captura emitidos contra o herdeiro de Kadafi no ano passado. Ele é acusado de ter participado do assassinato de manifestantes durante as revoltas contra o regime de seu pai. Se for julgado na Líbia, ele pode ser condenado à morte.
Apesar do impasse, a Líbia enviou respostas confidenciais a questionamentos dos juízes do TPI sobre o destino de Saif. O tribunal internacional também quer acesso ao prisioneiro e informações sobre as condições em que se encontra.
Saif foi preso em novembro por rebeldes líbios em um deserto no sul do país. Na ocasião, ele vestia roupas tradicionais, turbante e tinha ferimentos na mão direita, que mais tarde o levaram a amputar dois dedos.

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