domingo, 9 de março de 2014

Selic maior encarece crédito para antecipação do Imposto de Renda

Selic maior encarece crédito para antecipação do Imposto de Renda

Os contribuintes que recorrerem a linhas de crédito que viabilizam a antecipação do Imposto de Renda (IR) neste ano vão pagar mais caro pelo empréstimo. Embora a elevada competitividade nos bancos contenha uma alta mais acentuada das taxas, o maior patamar da Selic, que passou de 7,25% em março do ano passado para 10,75% na última reunião, pressionou para cima os juros cobrados neste tipo de financiamento, tanto nos bancos privados como nos públicos.


Apesar disso, as instituições esperam desembolsar mais este ano. Isso porque o custo do empréstimo para antecipação do IR ainda é mais atrativo do que outras linhas, como crédito pessoal e cheque especial. Para os bancos, o interesse em emprestar também é maior devido ao baixo risco da operação. A inadimplência é pequena, similar ao do crédito consignado (com desconto em folha), uma vez que o desconto é feito na conta do cliente no ato do recebimento da restituição. Se o contribuinte cair na malha fina do IR, o desconto da antecipação geralmente é combinado.

O Bradesco espera neste ano uma alta maior nos desembolsos do que em 2013, quando o montante liberado cresceu cerca de 15%, conforme José Ramos Rocha Neto, diretor do departamento de empréstimos e financiamentos do banco. As taxas iniciam em 2,27% ao mês, acima da mínima de 1,89% no ano passado. Os correntistas podem antecipar até 100% da restituição no limite de até R$ 20 mil.

“Tivemos um aumento geral das taxas no mercado devido ao repasse do custo do dinheiro que subiu com a Selic. Mas a concorrência vem fazendo com que mesmo com que os juros maiores, os preços finais para bons riscos permaneçam estáveis ou com pequenas alterações”, avalia Rocha Neto, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Até mesmo no Banco do Brasil – que comandou ao lado da Caixa Econômica Federal a redução dos juros a pedido do governo federal, numa postura anticíclica para impulsionar a economia – elevou os juros cobrados. A instituição reabriu nesta quinta-feira a linha para antecipação de IR com taxas a partir de 1,69% a.m., também superior ao mínimo em 2013, de 1,59%. O limite é de R$ 20 mil para até 100% do valor do crédito a ser restituído.

Para este ano, o BB espera elevar em 25% os empréstimos para antecipação de IR, alcançando R$ 550 milhões em volume. Em 2013, o banco fez 233 mil operações com desembolso total de cerca de R$ 440 milhões. “Nossa estimativa para 2014 é conservadora. Esperamos manter o ritmo de crescimento visto nos últimos anos em meio ao aumento de renda da população e o maior número de declarantes”, explica o diretor de empréstimos e financiamentos do BB, Edmar Casalatina.

No Santander, os juros cobrados na antecipação do imposto iniciam em 2,20% ao mês e os limites vão de R$ 100 a R$ 10 mil. As taxas, que no ano passado se equiparam ao do BB, também subiram. Em 2013, iniciavam em 1,59% ao mês. Já o Itaú Unibanco, que no ano passado cobrou no mínimo 1,9% a.m. para conceder antecipação de IR, em 2014 tem taxas a partir de 2,34% ao mês.

Os juros cobrados no HSBC, que também liberou a opção de antecipar a restituição do IR aos seus correntistas, vão de 1,79% a 3,49% a.m. Os clientes podem adiantar até 100% do valor, limitado a R$ 30 mil, e o dinheiro é liberado na hora. A antecipação está disponível a partir de R$ 300. A liquidação do empréstimo é automática e ocorre no recebimento da restituição ou até 23 de fevereiro de 2015.

Na contramão dos seus pares, a Caixa foi o único banco a manter as taxas cobradas no crédito para antecipação de IR. Com juros a partir de 1,57% ao mês, o banco antecipa até 75% do valor da restituição com valor máximo de R$ 20 mil. Para clientes com conta salário na Caixa, a cifra é maior, de R$ 30 mil.

Os recursos antecipados pelas linhas de crédito disponíveis no mercado não possuem destinação específica e podem ser utilizados a critério do cliente. Para este ano, a Receita Federal espera que 27 milhões de declarações sejam feitas até 30 de abril. Em 2013, foram pouco mais de 26 milhões.

Fonte: Estadão

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