LAVA JATO: RELATOR NO STF DEVE SUSPENDER O SIGILO DAS INVESTIGAÇÕES.
Pedidos de abertura de inquérito contra suspeitos devem chegar nesta terça-feira ao Supremo.
O relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori
Zavascki, deve derrubar o sigilo das investigações contra autoridades
suspeitas de integrar o esquema de desvios de dinheiro da Petrobras. No
fim desta terça-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
deve encaminhar à mais alta corte do país os pedidos de abertura de
inquérito. Ele também vai pedir o fim do segredo de Justiça, tornando as
apurações públicas. Zavascki deve seguir a recomendação, mas a decisão
deverá levar alguns dias.
Portanto, quando os pedidos de abertura de inquérito chegarem ao STF, os
casos continuarão ocultos. Hoje o tribunal guarda a sete chaves 42
petições com o conteúdo das delações premiadas feitas pelo doleiro
Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. As
petições estão protegidas pelo mais alto grau de sigilo e não são sequer
mencionadas no andamento processual do tribunal na internet.
Zavascki decidirá caso a caso se derrubará os sigilos. Somente ao fim
desse procedimento o país saberá ao certo o número de investigados e de
inquéritos abertos da Lava-Jato no STF. Também devem ser divulgados os
motivos pelos quais as autoridades serão investigadas. As apurações
ficarão públicas, mas poderá ser mantida em sigilo uma ou outra prova
cuja divulgação prejudicaria o andamento das investigações. A
expectativa é de que o tribunal divulgue todos os detalhes das
investigações na próxima semana.
Com a abertura dos inquéritos, serão iniciadas formalmente as
investigações. Janot deve pedir ao STF, junto com a instauração dos
inquéritos, as primeiras diligências: quebras de sigilo bancário e
fiscal, bem como a tomada de novos depoimentos e o compartilhamento de
provas adquiridas na primeira instância do Judiciário.
Em dezembro, Janot enviou ao STF conteúdo dos depoimentos prestados
pelos dois principais colaboradores e pediu que Zavascki desmembrasse o
caso em vários processos, conforme o assunto a ser tratado, para
facilitar a apuração. O ministro concordou e, no fim de dezembro,
dividiu o caso em 42 procedimentos judiciais.
Além da fatia das investigações que ficou no STF, três petições foram
abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Devem ser investigados
pelos desvios da Petrobras os governadores Luiz Fernando Pezão, do Rio, e
Tião Viana, do Acre, além do ex-deputado Mario Negromonte (PP-BA), hoje
conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia. Os três têm
direito ao foro especial, pelos cargos que ocupam. Há também inquéritos
contra pessoas sem foro especial abertos em Curitiba.
Existe também no STF uma petição com documentos incriminando o deputado
federal Nelson Meurer (PP-PR), que teria recebido dinheiro do doleiro
Carlos Habib Chater. A petição está em segredo de justiça e também
aguarda um parecer de Janot. O procurador-geral deverá optar pela
abertura de inquérito ou pelo arquivamento do caso.
Fonte: Carolina Brígido/http://oglobo.globo.com/
Foto: André Coelho/Agência O Globo
Um comentário:
Acredito que o nome do Pezão metido nisso não passa de um mal entendido, ele teve uma campanha transparente e seu mandato está sendo igual. Ele é um cara honesto, tem alguma informação errada aí.
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