quinta-feira, 19 de março de 2015

Demissão de ministro preservou 'harmonia entre poderes', diz Cunha

Demissão de ministro preservou 'harmonia entre poderes', diz Cunha

Ministro da Educação se demitiu após discutir com deputados no plenário.
Consequência seria 'desastrosa' se ele não saísse, diz presidente da Câmara.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante sessão que ouviu o ministro da Educação, Cid Gomes (Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante sessão que ouviu o ministro da Educação, Cid Gomes (Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou na noite desta terça-feira (18) que a demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação era necessária para garantir a harmonia entre os poderes Executivo e Legislativo.
A demissão foi oficializada logo depois de o ministro participar de sessão na Câmara em que apelou aos deputados “oportunistas” para que "larguem o osso” e saiam do governo. Cid também apontou o dedo para Cunha, da tribuna do plenário, dizendo que prefere ser acusado pelo peemedebista de ser "mal educado" a ser acusado de "achacar" empresas no esquema de corrupção da Petrobras.
“Ele mostrou total desrespeito a esta Casa e se mostrou desqualificado para o cargo. Acho que o governo agiu bem. No momento em que o ministro do Poder Executivo vem aqui para agredir o Legislativo, ele simplesmente não poderia ter outro destino que não fosse esse”, disse o presidente da Câmara.
Para o peemedebista, as “consequências” da permanência de Cid à frente da pasta da Educação seriam “desastrosas”. “Seria a perda da harmonia entre os poderes. Isso não pode acontecer do jeito que aconteceu”, completou.
Cid Gomes foi convocado pelos deputados devido a uma declaração de que a Câmara tem "uns 400 deputados, 300 deputados" que "achacam", dada durante um evento do qual participou no último dia 27 na Universidade Federal do Pará.
No pronunciamento que fez na Câmara, Cid Gomes reafirmou o que disse, mas ressalvou que se tratava de uma posição "pessoal" e não de ministro de Estado, o que provocou protestos de deputados que exigiam que ele se retratasse ou fosse demitido.
Depois de Gomes ter deixado o plenário da Câmara, Cunha anunciou a demissão do ministro, antes mesmo de ter sido oficializada. "Comunico à Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil [ministro Aloizio Mercadante] comunicando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes", anunciou Cunha no plenário.

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