JN confirma Renan e Cunha em lista de citados da Operação Lava Jato
Presidentes do Senado e da Câmara negam ter conhecimento de que estão na lista. No Congresso, é grande a expectativa pela divulgação dos nomes.
Os pedidos para investigar políticos citados como beneficiários do esquema de corrupção da Lava Jato ainda são mantidos em sigilo. Só o ministro Teori Zavascki poderá decidir se divulga a lista enviada na terça-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot,.
Mas o Jornal Nacional apurou no Congresso e no Palácio do Planalto que o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB, estão na lista. Nesta quarta-feira (4), Renan Calheiros voltou a dizer que não recebeu essa informação.
“Até o momento nós não sabemos de nada, absolutamente de nada. Nós não fomos informados por ninguém. Qualquer eventual citação, se houver com relação a mim, ela será de terceiros, indireta. Eu não tenho absolutamente nada a ver com isso”, afirma Calheiros.
Eduardo Cunha também negou o acesso à informação antecipadamente. Apesar disso, convidou o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando Souza para verificar se de fato está sendo citado na Lava Jato.
“Eu o convidei para que, se necessário for, se for verdadeira a informação que está sendo colocada, que ele vá lá, inclusive, eu pedi a ele que peticionasse, que entrasse para poder saber se existe realmente alguma coisa”, diz Eduardo Cunha.
No Congresso, é grande a expectativa pela divulgação dos nomes dos políticos que serão investigados. Nas conversas nos corredores, durante o almoço e o jantar nos restaurantes da Câmara e do Senado e nas reuniões dos partidos, a lista é o assunto dominante. Depois de uma conversa com o senador Renan Calheiros, o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, defendeu a divulgação imediata dos nomes.
“Importante é que essa lista venha logo, que se tire o sigilo em cima dela, até para que a coisa fique clara, transparente, tire esse clima digamos assim de uma certa ansiedade e de especulações. 'Será que fulano está na lista?' Tem gente que é dita que está na lista e que provavelmente nem estará na lista”, afirma Pepe Vargas.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, pediu cautela, reforçando que a lista não é de condenados.
“Temos que trabalhar com muita cautela para que não transformemos pessoas inocentes em culpadas e nem vice-versa”, defende Costa.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, disse que se houver integrantes do partido envolvidos no esquema de corrupção, eles não serão poupados. “Nós não vamos passar a mão na cabeça de quem quer que seja”, afirma.
No fim do dia, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, solicitou ao Supremo o acesso aos pedidos de investigação. O advogado de Cunha, Reginaldo Oscar de Castro, argumentou que o acesso é direito do cliente, já que a afirmação, na imprensa, de que Eduardo Cunha faz parte da lista é fato público e notório.
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