sexta-feira, 4 de abril de 2014

EUA desclassifica relatório sobre interrogatórios da era Bush

EUA desclassifica relatório sobre interrogatórios da era BushEUA desclassifica relatório sobre interrogatórios da era Bush

O painel do Senado dos EUA para as Informações aprovou na quinta-feira a desclassificação de centenas de páginas do seu relatório detalhado sobre o controverso programa de interrogatório da era do anterior Presidente George W. Bush.

A aprovação, por 11 votos contra três, autoriza a senadora democrata Dianne Feinstein, presidente do comité das Informações, a enviar o sumário executivo, com 400 página, bem como a principais conclusões e recomendações para a Casa Branca, para análise.
O senador Saxby Chambliss, principal eleito republicano membro do comité, afirmou que se opôs inicialmente a uma investigação exaustiva, mas que votou, de forma relutante, a desclassificação de partes para que os norte-americanos possam avaliar o programa por si próprios.
«Precisamos de colocar isto para trás de nós», disse Chambliss aos jornalistas.
Se o Presidente Barack Obama autorizar, como é esperado, os serviços de informações vão iniciar um processo de determinar que detalhes devem permanecer classificados.
Feinstein disse que esperava que a parte classificada seja «tão pouca quanto possível» e que acreditava que o processo levasse pelo menos um mês.
Acrescentou que considerava importante expor o brutal programa de interrogatórios, que descreveu como «uma mácula na história», acentuando: «Esta nação admite os seus erros, por dolorosos que possam ser.»
O programa, iniciado pouco depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001 e encerrado por Obama, usava «técnicas reforçadas de interrogatório», incluindo simulação de afogamento, que Obama e alguns congressistas tinham associado a tortura.
Os assessores dos senadores passaram vários anos a rever mais de seis milhões de páginas de documentos para elaborar o relatório, um dos mais exaustivos exemplos de controlo do Congresso na história dos EUA.
O relatório causou polémica entre a comunidade das informações e o painel do Senado, o qual coopera com frequência com a Agência Central de Informações (CIA, na sigla em Inglês) e outros serviços de espionagem.
Diário Digital com Lusa

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