Encontrado morto coronel que confessou tortura no período militar
Foi encontrado morto, nesta sexta-feira (25/04), no sítio em que morava em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o coronel reformado do Exército Paulo Malhães. O corpo apresentava marcas de asfixia, segundo a Polícia Civil. Malhães prestou depoimento em março à Comissão Nacional da Verdade em que relatava ter participado de prisões e torturas durante a ditadura militar. Disse também que foi o encarregado pelo Exército de desenterrar e sumir com o corpo do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971.De acordo com o relato da viúva Cristina Batista Malhães, três homens invadiram o sítio de Malhães na noite desta quinta-feira, 24, à procura de armas. O coronel seria colecionador de armamentos, disse a mulher aos policiais da Divisão de Homicídios da Baixada que estiveram na propriedade.
Cristina disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um cômodo, das 13h às 22h desta quinta-feira (24), pelos invasores.
A advogada Nadine Borges, membro da Comissão Estadual da Verdade do Rio, afirmou à Folha de S.Paulo ter conversado com uma das filhas do militar. Segundo ela, a mulher do coronel foi amarrada e todas as armas do militar foram roubadas. “A polícia tem que investigar a fundo esse crime. Tudo indica que é uma queima de arquivo”, disse ela.
A deputada federal e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, comentou a morte de Malhães.
“Soa estranho que, após essas revelações, o militar tenha sido assassinado. Estou entrando em contato com os ministros Ideli (SDH) e José Eduardo Cardozo (MJustiça) para pedir apoio da Polícia Federal na investigação”, escreveu ela em sua página no Twitter.
(*) Com informações do Uol
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