Números estão longe do ideal. As notas subiram um pouco, mas abismo a vencer é grande. Na lista das 100 melhores escolas, só 13 são públicas.
Veja a lista com o desempenho de todas as escolas públicas e privadas
Das 100 melhores escolas, apenas 13 são públicas, das quais quatro são militares. Ainda é muito grande a diferença de qualidade entre as escolas públicas e particulares. Trata-se de uma diferença que preocupa e assusta.
A lista do Enem deixa muito claro que a educação pública precisa de uma reforma. Quase tudo precisa mudar. Mais uma vez, as escolas particulares estão no topo da lista do exame. Não custa lembrar: o governo federal e os estados são os grandes responsáveis pela rede pública de educação.
Só participa do exame quem quiser. E se a escola incentivar apenas os bons alunos a fazer a prova para melhorar o desempenho no Enem? “Não existe na educação essa classificação de aluno bom e aluno ruim. Existe um incentivo e a melhoria no dia a dia, a melhoria gradual do nosso estudante”, avalia o professor Diego Mendes.
Desta vez, as escolas foram separadas por grupos. Tudo para evitar comparações entre colégios que tiveram muita adesão ao Enem e outros em que poucas pessoas fizeram a prova. Para o governo, assim fica mais fácil avaliar a qualidade do ensino em cada instituição.
São quatro grupos: no primeiro, escolas que tiveram mais de 75% de participação; no último, os colégios com menos de 25%. No grupo de maior participação, das 100 escolas com as melhores notas, só 13 são públicas. Entre elas, quatro são colégios militares.
“Mais do que comparar escolas, nosso desejo é que a escola se compare consigo mesma e possa se superar a cada ano. O que nós podemos dizer é que, em média, houve uma evolução da educação brasileira no que diz respeito ao Ensino Médio”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Entre as escolas públicas que tiveram adesão superior a 75%, a melhor nota foi do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Ele está atrás apenas de sete escolas particulares. O pior desempenho foi da Escola Estadual Indígena Txeru Ba’ e’ Kua I, de Bertioga, litoral de São Paulo.
O governo admite que falta dinheiro para a educação, mas diz que tem investido mais. Ao longo da última década, dobrou o valor pago por aluno da rede pública. Na escola pública mais bem classificada de Brasília, enfrentar dificuldades é um desafio diário, que vai alem da sala de aula.
“Nós somos levados a participar de exposições e de teatro, porque eles exigem de nós relatórios. A gente acaba pegando o gosto por isso”, comentou a aluna Larissa Torres.
O governo reconhece que uma escola particular investe dez vezes mais do que o Ministério da Educação consegue botar de dinheiro nas escolas públicas.
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