Protesto de caminhoneiros bloqueia estradas pelo país
Eles reclamam do alto preço do combustível e dos baixos valores dos fretes.
Rodovias de ao menos sete estados são atingidas pela manifestação.
A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que é uma das entidades que representam os caminhoneiros no país, divulgou nota dizendo que está "ciente das manifestações e bloqueios em rodovias federais e estaduais pelo país" e que "solicitou uma reunião com os ministérios para tratar das reivindicações, especialmente para tratar do aumento do combustível".
Protesto de caminhoneiros fecha parte da rodovia
Fernão Dias (Foto: Moisés Silva/O Tempo/
Estadão Conteúdo)
MGFernão Dias (Foto: Moisés Silva/O Tempo/
Estadão Conteúdo)
A Fernão Dias, principal ligação entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, tinha 17 km de lentidão na região da Grande Belo Horizonte no início da tarde, no sentido São Paulo. Já quem trafegava em direção à capital mineira enfrentava 8 km de congestionamento.
"Nós não temos condições de pagar o óleo (diesel) a R$ 2,75. Nesses últimos três meses, o petróleo subindo, subindo e o frete lá embaixo", disse o caminhoneiro Juarez Ananias, que participa do protesto.
A manifestação desta segunda também afetou a produção de veículos na Fiat. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, em Betim, também na Região Metropolitana, funcionários do 2º e 3º turnos – tarde, noite e madrugada – da linha de produção foram dispensados. Ainda segundo a Fiat, por causa do ato de caminhoneiros, componentes usados na montagem de veículos não foram entregues.
Também havia pontos de interdição perto de Oliveira, na Região Centro-Oeste, e em Perdões e Santo Antônio do Amparo, ambas no Sul do estado. Nestas cidades, os bloqueios ocorrem desde a noite de domingo.
Na região de Cascavel, caminhoneiros bloqueiam
a BR-277 (Foto: PRF / Divulgação)
PRa BR-277 (Foto: PRF / Divulgação)
No Paraná, 20 rodovias permaneciam fechadas por volta das 13h em trechos entre as cidades de Cascavel, Curitiba e Guarapuava. Em alguns pontos de rodovias federais, a fila de veículos já passava de 5 km, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Os manifestantes estavam impedindo os caminhões de passarem, mas liberavam os demais veículos, como carros de passeio e de emergência.
Por causa dos bloqueios, alguns postos de combustíveis do sudoeste e do oeste do Paraná já enfrentam desabastecimento. Por conta disso, a prefeitura de Santo Antônio do Sudoeste, no sudoeste do estado, cancelou as aulas nas escolas municipais e interrompeu os serviços de limpeza na cidade. Os protestos ocorrem desde o dia 13 no estado.
Além de criticar os preços dos combustíveis, a categoria no Paraná pede a fixação do frete por quilômetro rodado e a carência de seis meses a um ano para os financiamento de veículos de carga, entre outras reivindicações.
Trechos estão bloqueados em SC nesta
segunda (23) (Foto: Reprodução/RBS TV)
SCsegunda (23) (Foto: Reprodução/RBS TV)
Em Santa Catarina, os protestos ocorrem desde quarta-feira (18). Na tarde desta segunda, os caminhoneiros continuavam bloqueando 15 pontos em cinco rodovias. A Polícia Rodoviária Federal informou que vai enviar reforços para os locais, a fim de evitar abusos. "A nossa preocupação é porque ontem [domingo] houve alguns abusos. Houve bloqueios, ataques a caminhoneiros, acidentes, pessoas que ficaram presas", explicou o chefe da Comunicação da PRF, Luiz Graziano.
Os manifestantes pedem a queda no preço do diesel e melhores condições nas rodovias da região. Por conta dos bloqueios, o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileito) alerta que a coleta de leite no estado pode ser 100% interrompida.
Caminhoneiros protestam em rodovias do RS
(Foto: Divulgação/PRF)
RS(Foto: Divulgação/PRF)
No Rio Grande do Sul, doze pontos de rodovias federais e outros nove pontos de rodovias estaduais foram bloqueados na tarde desta segunda. Alguns caminhoneiros colocaram fogo em pneus no acostamento da estrada. Eles criticam os valores dos combustíveis e dos pedágios e a tributação no transporte de cargas.
Veículos pesados estão sendo orientados a parar, mas a passagem é liberada para automóveis de passeio. As manifestações ocorrem de forma pacífica.
MT
Os caminhoneiros de Mato Grosso bloqueavam trechos das duas principais rodovias do estado, as BRs 163 e 364, por volta das 15h. Eles tentam impedir, há quase uma semana, que os veículos de cargas façam o escoamento da produção agrícola. Na manhã desta segunda, havia cinco trechos de interdição, e o terminal ferroviário de Rondonópolis já registrava queda no número de descarregamentos, segundo a empresa que administra o local.
O sindicalista Wilson Júnior Samoro disse houve queda de mais de 20% no valor do frete e, com o custo alto, os motoristas só estão trabalhando para cobrir as despesas.
Protesto dos caminhoneiros na BR-163 em
Dourados (Foto: Liziane Zarpelon/ TV Morena)
MSDourados (Foto: Liziane Zarpelon/ TV Morena)
Dois trechos da BR-163, em Dourados e em Fátima do Sul, Mato Grosso do Sul, continuavam bloqueados na tarde desta segunda. Na região de Fátima do Sul, o congestionamento totaliza cerca de 600 metros, considerando os dois sentidos da pista. Já na região de Dourados, há um congestionamento aproximado de 2 km. Caminhoneiros dizem que a manifestação pode durar até que as principais reivindicações da categoria sejam atendidas.
BR-364 é bloqueada por caminhoneiros em Jataí
(Foto: Divulgação/PRF)
GO(Foto: Divulgação/PRF)
Em Goiás, um protesto de caminhoneiros interditava a BR-364, no perímetro urbano de Jataí, no sudoeste do estado. A rodovia é uma das principais rotas de escoamento de grãos e liga Goiás ao Mato Grosso.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o tráfego está impedido nos dois sentidos nesta tarde, gerando um engarrafamento de 18 km, sendo nove de cada lado.
Bloqueio parcial dos caminhoneiros causou lentidão no trânsito na BR-369, em Arapongas, no Paraná (Foto: Alberto D'Angele/RPC)
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