HSBC publica anúncio para pedir desculpas por fraude fiscal
Publicado em jornal britânico, anúncio traz carta do diretor executivo, Stuart Gulliver, que diz que normas atuais "não foram aplicadas em todas as partes"
Fachada do banco HSBC em Genebra na Suíça
(Salvatore Di Nolfi/EFE/VEJA)
"Temos que compreender que a sociedade à qual servimos espera mais de nós, Por isso, pedimos nossas mais sinceras desculpas", afirma. "A imprensa se centraram em fatos passados, que demonstram que as normas que aplicamos hoje não foram aplicadas em todas as partes", ainda consta.
No sábado, o ex-número um do HSBC, o inglês Stephen Green, no centro do escândalo, decidiu abandonar seu cargo no grupo de pressão TheCityUK, que promove as finanças britãnicas. "A decisão foi tomada por ele", declarou Gerry Grimstone, presidente do TheCityUK. Green foi diretor-geral (2003-2006) e presidente (2006-2010) do gigante bancário.
Brasil - Em número de clientes, o Brasil aparece em quarto lugar na lista da investigação operação, com um total de 8,667. Aqui no país, a Receita Federal abriu investigações para apurar "hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações" prestadas ao Fisco Brasileiro por brasileiros correntistas do banco na Suíça, após vazamento de dados que indicam evasão de divisas.
Essas "hipóteses", se confirmadas, seriam passíveis de autuação fiscal e de representação fiscal por ocorrência de crime contra ordem tributária, além de responsabilização por eventuais crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro. Entre as personalidades brasileiras estavam as famílias Safra e Steinbruch. Além disso, ao menos 11 pessoas que foram ligadas ou citadas no escândalo da Operação Lava Jato também foram ligadas à investigação.
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Investigação - Chamada de Swissleaks, a investigação é uma verdadeira viagem ao coração da fraude fiscal e revela os artifícios utilizados para dissimular dinheiro não declarado. Segundo as informações, baseadas em arquivos bancários retirados do HSBC Suíça pelo ex-funcionário Hervé Falciani, quase 180 bilhões de dólares teriam transitado por contas do HSBC em Genebra, para fraudar o fisco, lavar dinheiro sujo, ou financiar o terrorismo internacional.
Várias personalidades políticas, do mundo do entretenimento, do esporte e dos negócios são citadas pela imprensa internacional em uma investigação que revela a face oculta do sigilo bancário na Suíça, como o rei do Marrocos, Mohammed VI; do rei da Jordânia, Abdullah II; do designer de moda Valentino; da modelo Elle McPherson; do ator Christian Slater; do piloto de Fórmula 1 Fernando Alonso e do motociclista Valentino Rossi.
Analisados por 154 repórteres de 47 países, os dados correspondem ao período que vai de 1988 a 2007. Bilhões teriam transitado por essas contas de Genebra, dissimuladas, entre outras, por estruturas offshore no Panamá e nas Ilhas Virgens britânicas.
(Com agência France-Presse)
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