Bancos internacionais indenização de mais de R$70 milhões, por terem movimentado recursos de Paulo Maluf no exterior.
Dois
bancos internacionais firmaram, nesta sexta-feira (13), acordos com o
Ministério Público paulista e a Prefeitura de São Paulo para pagar
indenização por movimentarem recursos do deputado federal Paulo Maluf
(PP) e de seus familiares no exterior. Em troca de US$ 25 milhões (cerca
de R$ 70,5 milhões), eles ficarão livres de futuras ações cíveis na
Justiça.
Segundo o
Ministério Público, circularam por contas da família Maluf nestas
instituições cerca de US$ 300 milhões. Os recursos teriam sido desviados
de obras públicas durante a sua gestão à frente da cidade de São Paulo
entre 1993 e 1996. O anúncio foi feito em evento na sede do MP, que
contou com a presença de promotores e do prefeito de São Paulo, Fernando
Haddad (PT).
Pelos
acordos, o banco UBS Zurich se comprometeu a pagar US$ 10 milhões. Já o
Citibank dos Estados Unidos, US$ 15 milhões. Cerca de 90% deste dinheiro
irá para o caixa da prefeitura paulista após a homologação do acordo
pela Justiça, o que deve ocorrer entre 60 e 90 dias. A verba deve ser
usada para a viabilização do Parque Augusta. “Os bancos não desviaram
dinheiro da cidade de São Paulo. O acordo é por terem recebido”, diz o
promotor Silvio Marques, em referência aos recursos supostamente
desviados depositados no exterior por Paulo Maluf. Em 2013, o deputado
federal foi condenado pela Justiça pelo superfaturamento nas obras do
túnel Ayrton Senna quando esteve à frente do executivo municipal, de
1993 a 1996.
O
Ministério Público de São Paulo fechou outro acordo, homologado em
outubro. O banco alemão Deutsche Bank aceitou pagar uma indenização de
US$ 20 milhões – o equivalente a R$ 56,8 milhões – em troca de imunidade
em possíveis ações na Justiça por ter abrigado recursos de Maluf no
exterior. Para o MP, Maluf movimentou cerca de US$ 200 milhões por
agências do Deutsche nas Ilhas Jersey. O dinheiro também teria como
origem obras públicas superfaturadas em sua gestão à frente da cidade de
São Paulo entre 1993 e 1996.
Paulo
Maluf é alvo de procedimentos criminais em diversos países por ter usado
bancos estrangeiros para abrigar recursos desviados da prefeitura
paulista. Como ÉPOCA antecipou,
ele será julgado pelo Tribunal Correcional de Paris em março pelos
crimes de lavagem de dinheiro e bando organizado. Nos Estados Unidos, o
deputado federal é procurado pela polícia. Maluf responde ações também
na Suíça e em Luxemburgo.
Fonte: Época
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