Rio de Janeiro
lacrou, por tempo indeterminado, a empresa de comunicação visual High
Level Signs, no Méier, na sexta-feira (8). Segundo o TRE, a gráfica
mantém contratos com a prefeitura do Rio e o governo estadual, com
indícios de participação em esquema de desvio de dinheiro público para
elaboração da propaganda de candidatos governistas da coligação PMDB,
PP, PSC, PSD e PTB, em especial do ex-chefe da Casa Civil do prefeito
Eduardo Paes (PMDB), o candidato a deputado federal Pedro Paulo (PMDB).
Foram apreendidos R$ 28 mil em dinheiro, farto material de campanha,
oito computadores e documentos.
De acordo com o TRE, a empresa
produzia material gráfico do candidato à reeleição ao governo estadual
Luiz Fernando Pezão (PMDB), a deputado federal Pedro Paulo (PMDB),
Leonardo Picciani (PMDB), Sávio Neves (PEN) e Rodrigo Bethlem (PMDB) e a
deputado estadual Lucinha (PSDB), Osório (PMDB), Serginho da Pastelaria
(PTdoB), André Lazaroni (PMDB) e Rafael Picciani (PMDB). O dinheiro
apreendido ficará sob a custódia do TRE-RJ, que vai encaminhar fotos,
gravação, documentos e material irregular de campanha ao Ministério
Público Eleitoral e ao Ministério Público Estadual, responsáveis por
ajuizar ações nas áreas eleitoral e criminal contra a empresa e os
candidatos suspeitos de participar da fraude.
Segundo o TRE, a High Level Signs aparecia também como beneficiária em pelo menos onze boletos bancários
de pagamento da Secretaria de Estado da Casa Civil, com valor total de
R$ 340 mil. As investigações foram iniciadas após os candidatos a
deputado federal Pedro Paulo (PMDB) e a deputado estadual Lucinha (PSDB)
terem espalhado placas no bairro de Sepetiba, na Zona Oeste do Rio.
Como a tiragem declarada era pequena, a responsável pela fiscalização da
propaganda, juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, determinou a
verificação do endereço da gráfica, mas no local funcionava apenas um
salão de beleza, levando à suspeita de que a empresa era usada como
"laranja". A poucos metros funcionava a High Levels Signs, que
impressionou pela quantidade, variedade e sofisticação das máquinas do
parque gráfico e pelo volume de propaganda política, inclusive de placas
semelhantes às de Sepetiba.
Os fiscais do TRE-RJ
simularam, então, serem assessores de candidatos interessados na
produção de material de campanha, desde que a gráfica concordasse em
fazer constar nas placas uma tiragem inferior à efetivamente entregue.
"Claro que fazemos, essa é uma prática muito comum", respondeu a
recepcionista, que passou a elencar nomes de candidatos que encomendam
material com tiragem adulterada, sem saber que tudo estava sendo
gravado. Pela legislação eleitoral, a tiragem, o CNPJ do candidato
e o da gráfica devem ser divulgados na propaganda. Os fiscais notaram
ainda que o CNPJ da empresa de fachada aparecia em várias placas no
depósito da High Level Signs, que agora está lacrado.
Entre
os documentos apreendidos estão ordens de serviço, com tiragem de
placas, banners e panfletos menor que a quantidade realmente entregue
aos candidatos. Também há o email de um cliente, que pode revelar um
provável esquema de maquiagem de CNPJ e lavagem de dinheiro. Dizendo
seguir instruções de uma "conversa no escritório", o cliente repassa um
CNPJ, que diz ser de sua empresa, para emissão ?das notas fiscais da
campanha?. Em seguida, ele escreve que receberá 10% e pagará 6,5%, "como
combinamos". Nas placas e banners produzidas na High Level Signs, foram
identificados pelo menos três CNPJ diferentes.
A fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral do
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