Com a trágica morte de Eduardo Campos, o PSB precisa encontrar espaço
em meio ao luto para definir um rumo para a campanha. Embora o partido
tenha um prazo de 10 dias, conforme esclareceu o TSE, o horário
eleitoral entraria no ar na terça-feira. Os dois primeiros programas
serão tributos a Eduardo Campos. Depois, é uma tela em branco.
Só a partir do que deseja o partido é que será escolhido o nome ideal.
O primeiro passo é uma conversa franca com Marina Silva. Embora
filiada ao PSB, ela é uma instituição por si só, alienígena na legenda.
Se topar assumir a cabeça de chapa, ela teria de mudar sua postura, por
exemplo, de não subir em palanques desconfortáveis.
José Sartori (PMDB) no Rio Grande do Sul, Paulo Bauer (PSDB) em Santa
Catarina, Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, Lindberg Farias (PT) no
Rio. Há costuras dos mais diversos matizes feitas por Campos que Marina
precisaria respeitar.
É isso ou uma campanha ditada muito mais por Marina do que por seu
partido, como ocorreu em 2010, no PV. Mas é pouco provável que o PSB, um
partido em ascensão, se submeta a todos os caprichos de uma cristã nova
na legenda com fez o PV.
A hipótese Nordeste
Uma preocupação pertinente do PSB é de que, sem os votos em Campos,
Dilma Rousseff se torne ainda mais forte no Nordeste. A alternativa
seria escolher um nome ligado à política local. Na preocupação de manter
a campanha mobilizada por lá,há nomes como Mauricio Rands, pernambucano
e coordenador do programa de campanha do PSB.
Outra alternativa do Nordeste é Eliana Calmon, recém filiada ao
partido para concorrer ao Senado na Bahia. Embora seja novata no cenário
político, é um nome com muito mais trânsito na sociedade civil.
A hipótese Sudeste
Eis uma preocupação de Eduardo Campos que se agrava sem o cabeça de
chapa. Embora natural de Pernambuco, Campos fez questão de montar o QG
de campanha em São Paulo. Precisava se tornar conhecido na Região
Sudeste, onde estão os maiores bolsões eleitorais do país. Nenhuma
campanha vai adiante sem cativar a região.
Aqui, os nomes naturais seriam o deputado federal Júlio Delgado, de
Minas Gerais, ou o candidato a vice-governador em São Paulo, Márcio
França. O problema aqui seria que ambos estão com campanhas bem
encaminhadas. Iriam para o sacrifício.
A hipótese Sul
A escolha de um nome como o hoje candidato ao Senado Beto Albuquerque
como vice seria mais política do que estratégica. Líder da bancada no
Congresso e escudeiro de Campos, é um nome pouco conhecido fora do
Estado, mas respeitado no partido. Sua missão seria menos agregar votos e
mais mediar os ânimos do PSB com Marina ao longo da campanha.
Tanto nesta hipótese quanto no Sudeste, estaria contemplado um
problema que certamente aparecerá ao longo da campanha: os financiadores
de Campos não estão naturalmente afinados com Marina. Muito pelo
contrário.
Será preciso garantir o respaldo do empresariado. Sem dinheiro, a
campanha já atingida por uma tragédia desse tamanho, corre o risco de
ficar na casca.
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