"O Alberto [Youssef] era um banco. Eu não teria uma relação das pessoas para quem ele emprestava. Ele pagava contas, dava dinheiro, dava presentes, emprestava. Ele pagava diversas contas, fazia TEDs [transferências eletrônicas], pagamentos. Por exemplo, eu fazia pagamentos que eu não tenho conhecimento do que se tratava. Às vezes vinha um pagamento e ele falava só para eu pagar", disse.
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Meire foi questionada sobre para quais deputados o doleiro repassou dinheiro, mas ela se limitou a falar de Argôlo: "Eu preferia hoje me limitar a falar sobre o deputado Luiz Argôlo. E, sim, houve entrega de dinheiro para o deputado Luiz Argôlo." Em seguida, ela confirmou que houve pagamentos a outros políticos, mesmo sem citar nomes: "Sim, houve".
Meire presta depoimento sobre reportagem da revista Veja divulgada nesta semana, na qual ela afirma que o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) "era cliente e ao mesmo tempo sócio de Beto" (apelido de Alberto Youssef).
A contadora, segundo a revista, trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal. Segundo a reportagem, a ex-contadora teria dito ainda que o parlamentar e o doleiro "tinham parcerias em obras e negócios" e que ela, pessoalmente, teria feito muitos pagamentos para Argôlo. "Ele vivia no escritório", teria afirmado Meire Poza.
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Entenda o caso
O Conselho de Ética analisa dois pedidos de investigação contra Luiz Argôlo apresentados pelo PPS e pela Mesa Diretora da Câmara, ambos com base em reportagens da revista Veja e do jornal Folha de S.Paulo que citam mensagens trocadas entre o doleiro e o deputado sobre a transferência de R$ 120 mil para a conta do chefe de gabinete do parlamentar, Vanilton Bezerra. De acordo com a Folha, Argôlo também teria recebido do doleiro dois caminhões de gado. Em depoimento, na semana passada, Bezerra negou ter recebido dinheiro.
Luiz Argôlo já apresentou ao Conselho duas defesas preliminares - uma para cada representação. Segundo o relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), os documentos tratam de questões como nulidades, prazos e ilegalidades de provas, sem entar no mérito das acusações.
O parlamentar ainda deverá ser ouvido pelo Conselho após os depoimentos das testemunhas listadas pela defesa e pelo relator. Marcos Rogério espera apresentar seu parecer na primeira semana de setembro.
A audiência com a contadora ocorre no plenário 11.
Com Agência Câmara
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