Ucrânia: Rússia quer realizar missão humanitária, UE desaprova

A Rússia informou a União Europeia de que vai proceder a uma missão humanitária no Leste da Ucrânia, mas Bruxelas já indicou que não aprova a iniciativa.

O Presidente russo, Vladimir Putin, comunicou hoje ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que vai proceder ao envio de um contingente humanitário para socorrer a população do leste da Ucrânia, onde as autoridades de Kiev e os separatistas pró-Rússia se confrontam há quatro meses.
Durante a conversa telefónica, Putin garantiu que a missão será realizada em cooperação com a Cruz Vermelha, depois de Rússia e Ucrânia terem chegado a acordo para permitir o apoio humanitário ao Leste da Ucrânia.
«Espero que, num futuro próximo, essa ação humanitária ocorra sob os auspícios do Comité Internacional da Cruz Vermelha. Concordamos com os dirigentes ucranianos em todos os detalhes», informou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, citado pela agência Ria Novosti.
Porém, a União Europeia já indicou que não aprova, nesta altura, qualquer missão de iniciativa russa à Ucrânia, ainda que apenas humanitária.
Em comunicado, Durão Barroso rejeita qualquer intervenção russa, «seja qual for o motivo». Expressando «preocupação face ao destacamento de tropas russas para a fronteira com a Ucrânia», o presidente da Comissão Europeia alertou para os riscos de uma «intervenção unilateral» de Moscovo.
Durante uma reunião de emergência nas Nações Unidas, realizada na sexta-feira, a Rússia propôs realizar uma «missão humanitária» para socorrer a população do Leste da Ucrânia.
A iniciativa foi, porém, rejeitada pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e também por Alemanha e Reino Unido, que temem que ela sirva de pretexto para uma invasão russa do território ucraniano.
Diário Digital com Lusa