domingo, 10 de janeiro de 2016

Com temperaturas abaixo de zero, refugiados adoecem na Europa

Com temperaturas abaixo de zero, refugiados adoecem na Europa

Uma das preocupações é de que crianças não resistam ao frio, que chega a -11º C.

Tulip MazumdarBBC News
Família Al-Maari fugiu da Síria há três semanas (Foto: BBC)Família Al-Maari fugiu da Síria há três semanas (Foto: BBC)
O número de refugiados doentes em acampamentos nos Bálcãs deu um salto brutal. O alerta foi feito por médicos e outros voluntários de ONGs que trabalham na região, onde as temperaturas caíram a -11º C.
Segundo os funcionários das organizações Médicos Sem Fronteiras e International Medical Corps, a maioria dos pacientes está sofrendo com problemas respiratórios como bronquite e fortes gripes.
Os refugiados estão recebendo assistência médica, roupas quentes e comida nos principais pontos onde se concentram nas fronteiras da Sérvia com a Macedônia, no sul, e com a Croácia, no norte.
Doenças respiratórias
A ONG Medical Corps tem um hospital de campanha em uma estação de trem na pequena cidade de Sid, no norte da Sérvia.
“Na semana passada, quando as temperaturas estavam um pouco mais amenas, estávamos atendendo entre 50 e 60 pessoas por dia”, disse Sanja Djurica, líder local da ONG.
“Mas agora, quando o frio piorou, são mais de 100 pacientes todos os dias. E quase todos estão com doenças respiratórias causadas pelo frio.”
‘Jornada mortal’
A reportagem da BBC se encontrou com a família Al-Maari, que fugiu da Síria há três semanas e enfrenta uma jornada que vem sendo acompanhada, cada vez mais, por neve.
Eles estão viajando com os quatro filhos – o mais novo tem apenas 2 anos. O irmão dele, Mohammad, de 7 anos, está com febre e infecção no peito.
“Estamos em uma jornada mortal”, diz o tio de Mohammad, Iyad Al-Maari. “Nós conseguimos aguentar, mas me preocupo muito com as crianças diante do frio, das doenças, da fome.”
Como o estado do garoto não é grave, eles estão determinados a seguir viagem. Iyad conta que a família está a caminho da Alemanha, onde o pai das crianças os aguarda.
Segundo Tuna Turkmen, do Médicos Sem Fronteiras, muitas pessoas se recusam a ficar no hospital e receberem tratamento.
“Eles querem seguir viagem, já que temem o fechamento repentino de fronteiras.”
Conforto emocional
“Não queremos nada disso. Só queremos o fim da Guerra na Síria", diz, com lágrimas nos olhos, a mãe de Mohammad, Malak.
O estresse e a ansiedade pode ser visto com clareza em seu rosto. Ela claramente está traumatizada e desesperada.
Os médicos também vêm alertando sobre o enorme impacto psicológico nesses refugiados.
A International Medical Corps tem psicólogos em Sid. Como as pessoas costumam ficar por ali por apenas poucas horas, as equipes só têm tempo para fornecer “um atendimento psicológico de primeiros socorros”.
“É conforto emocional, ouvir com empatia, oferecer técnicas encorajantes para se lidar com a situação”, afirma Sanja.
“Eles ficam gratos por existir alguém que vai ouvi-los.”

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