Ato do MPL tem quebra de agências e concessionária
"Não estamos em busca de confusão. Queremos fazer uma festa na Marginal Pinheiros", contou o militante. Para ele, se houver conflito, será por parte da Polícia Militar
Da Reportagem
Atualizado em 19 de junho de 2014 às 21h20
Um ato do Movimento Passe Livre (MPL) marcado por redes sociais na
internet reuniu cerca de 1,5 mil pessoas - segundo projeção da Polícia
Militar - na tarde de hoje, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista.
Por volta das 17h20, duas agências foram depredadas na região da Avenida
Rebouças, na zona oeste. Pouco depois das 19 horas, o alvo foi uma
concessionária da Mercedes Benz - pelo menos dez veículos foram
destruídos. A Tropa de Choque chegou depois da destruição. Em seguida,
eles caminharam na Rua Butantã, lançando rojões e atirando pedras.
Uma das agências destruídas é do Banco do Brasil. Os manifestantes
chutaram o vidro e arrancaram as bandeiras hasteadas no local. Outros
manifestantes fizeram um cordão humano para impedir que quebrassem o
vidro. Uma bomba foi estourada no local, mas nada ficou destruído. Outra
agência, do Citibank, teve a entrada depredada.
Mais cedo, um grupo de percussão se apresentava e gritava "Pula
catraca!". Depois, os manifestantes leram em conjunto um manifesto e
começaram a caminhar por volta das 16h15. Perto das 17 horas, fecharam a
saída da Rua Oscar Freire para a Avenida Rebouças. O protesto bloqueou a
passagem no cruzamento entre a Avenida Eusébio Matoso e a Marginal do
Pinheiros, às 17h50.
O bordão dos atos de 2013 era repetido: "Que coincidência: não tem
polícia, não tem violência". Por volta das 17 horas, não havia policiais
militares próximos à passeata. Algumas viaturas, no entanto, foram
vistas circulando pela Rebouças no sentido oposto ao da manifestação.
Por volta das 15h30, a Paulista já havia sido bloqueada por um veículo
da CET na altura da Praça do Ciclista. No local, diversos jornalistas da
imprensa internacional acompanham o ato.
Movimento
do Passe Livre se concentra na praça do Ciclista, na avenida Paulista e
segue para a Marginal Pinheiros em São Paulo (SP), nesta tarde de
quinta-feira (19) para mais uma passeata. (Foto: Fernando Neves)
O professor de inglês Lusvarghi, que foi agredido na semana passada após
confronto com policiais militares em protesto no dia da abertura do
Mundial, participou do movimento. Segundo ele "para mostrar que as
coisas estão erradas e exigir que o governo tome uma atitude". O jovem
diz não se arrepender de ter participado do protesto que lhe custou o
emprego. "Tanto que estou aqui de novo para confrontar as forças do
Estado novamente", afirmou. Para ele, é possível que haja novo confronto
com as autoridades na passeata de hoje.
O ato deve ser pacífico, segundo os presentes. "É um evento em
comemoração e ao mesmo tempo um novo protesto. Os 20 centavos não
bastaram", diz o militante Marcelo Hotimsky. O MPL solidarizou-se à
causa dos metroviários e pede, em faixas, a readmissão dos 42
funcionários demitidos pelo Metrô após cinco dias de greve.
"Não estamos em busca de confusão. Queremos fazer uma festa na Marginal
Pinheiros", contou o militante. Para ele, se houver conflito, será por
parte da Polícia Militar.
De acordo com nota divulgada pelo MPL em sua página no Facebook, haveria
caminhada do local até a Marginal do Pinheiros, em comemoração à data
de hoje: há um ano, os R$ 0,20 de aumento na passagem da capital
paulista foram revogados após uma série de protestos iniciados pelo MPL,
que ganhou adesão de diversos setores da sociedade.
Movimento
do Passe Livre se concentra na praça do Ciclista, na avenida Paulista e
segue para a Marginal Pinheiros em São Paulo (SP), nesta tarde de
quinta-feira (19) para mais uma passeata. (Foto: Fernando Neves)
Na praça, a Defensoria Publica do Estado de São Paulo distribui um
panfleto com o título "Direito das pessoas durante manifestações".
Bonecos do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do governador
do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), eram carregados pelos manifestantes.
"Ei, Geraldo, se liga nesse toque. Você tem a PM e o povo, black block", cantavam.
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