Marin passa a primeira noite preso em apartamento de luxo em NY
Ex-presidente da CBF foi extraditado da Suíça para os Estados Unidos.
Ele se comprometeu a pagar fiança de US$ 15 milhões.
Ter um apartamento num prédio imponente da 5ª Avenida, avaliado em US$ 2,5 milhões, é sinal de status. Mas, no caso de José Maria Marin, a casa é também a prisão.
O prédio construído pelo bilionário Donald Trump fica num dos pontos mais disputados de Nova York, principalmente pelos turistas. O Central Park está bem perto, a duas quadras. É uma área de muitos restaurantes, museus e lojas de luxo. Mas o ex-presidente da CBF só vai poder botar o pé na rua acompanhado por seguranças, com autorização da Justiça, e em ocasiões bem específicas.
“Advogado, igreja, médico, tudo pré-marcado, e duas compras por semana num determinado supermercado”, explica o advogado de Marin, Paulo Peixoto.
Depois de mais de cinco meses de prisão na Suíça, Marin, de 83 anos, passou o dia no 41º andar.
“Ele está bem de saúde, aparentemente bem, está descansando e está reflexivo, um pouco emotivo ainda”, afirma o advogado.
Na terça-feira (3), no tribunal, Marin ouviu do juiz que é acusado de conspiração pra prática de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro. E se declarou inocente. Saiu de lá com uma tornozeleira eletrônica, que vai ser paga por ele mesmo.
José Maria Marin saiu para pegar o carro na noite desta quarta (4). Foram quase quatro minutos de caminhada, impaciente, na frente das câmeras. Marin desviou das perguntas. E só fez uma declaração: “Boa noite para vocês”.
Para ter direito à prisão domiciliar, ele se comprometeu a pagar uma fiança - de US$ 15 milhões - cerca de R$ 56 milhões. A mulher dele também assinou o compromisso.
O criminalista Anthony Thompson explica que normalmente 10% da fiança são pagos na hora. O resto são bens e imóveis dados como garantia. “Se a pessoa não aparecer nas audiências, perde o dinheiro. Mas se comparecer, recebe de volta, sendo culpada ou inocente", diz o criminalista.
Os advogados esperam que o processo dure mais um ano. Se condenado, o ex-presidente da CBF pode pegar 20 anos de cadeia. A justiça quer que Marin coopere com as investigações. Mas por enquanto...
“Não existe nenhum acordo de colaboração e isso é muito importante”, aponta o advogado de Marin, Julio Barbosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário