Investigadores têm 90% de certeza de que bomba derrubou avião no Egito
Airbus A321 caiu 23 minutos depois de decolar de Sharm al-Sheikh.
Todos as 224 pessoas a bordo, que voltavam a São Petersburgo, morreram.
Destroço do avião que caiu no sábado (31) (Foto: Suliman el-Oteify, Egypt Prime Minister's Office via AP)
Os investigadores da queda do avião russo no Egito dizem ter "90% de
certeza" de que um barulho ouvido no segundo final de gravação de
conversa do cockpit da aeronave foi decorrente de uma explosão causada
por uma bomba, disse um integrante da equipe de investigação à Reuters
neste domingo (8)."As indicações e análise até agora do som gravado pela caixa preta sinalizam que foi uma bomba", disse o membro da equipe de investigação, que pediu para não ser identificado.
"Nós temos 90% de certeza de que foi uma bomba", disse. Instado a explicar o percentual restante da incerteza, o investigador disse: "Eu não posso discutir isto agora."
Militantes do Estado Islâmico que combatem as forças de segurança na Península do Sinai têm dito que eles derrubaram o Airbus A321, que caiu 23 minutos depois de decolar da região turística de Sharm al-Sheikh uma semana atrás, a caminho de São Petersburgo, matando todos as 224 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulação.
Autoridades dizem que estão examinando todos os possíveis cenários sobre o que poderia ter causado o desastre.
Londres e Washington, assim como vários investigadores internacionais, suspeitam que uma bomba explodiu a bordo do avião pouco depois da decolagem na estação balneária do Mar Vermelho, no dia 31 de outubro.
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) anunciou ter derrubado o avião, mas sem explicar como executou o ataque. O governo do Egito resiste a admitir a tese de atentado e repetiu no sábado (7) que não é possível tirar nenhuma conclusão definitiva até o fim da investigação.
Rússia e Reino Unido prosseguiam com a repatriação de milhares de turistas neste domingo a partir da cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, oito dias depois da queda do avião russo na região, de acordo com informações da France Press (AFP).
A preocupação com a segurança levou a Rússia a suspender todos os voos para o Egito. O Reino Unido adotou a mesma medida com os aviões que tinham como destino Sharm el-Sheikh e vários países recomendaram a seus cidadãos que não viajem para esta cidade.
Dezenas de milhares de pessoas esperam há vários dias pela possibilidade de retornar para casa por culpa das restrições, que podem representar outro duro golpe para a vital indústria turística do Egito, que já enfrentava as consequências da violência dos últimos anos.
Moscou anunciou no sábado o envio de 44 aviões para repatriar os quase 80 mil russos que estão no Egito, sobretudo em Sharm el-Sheikh e em outra estação balneária do Mar Vermelho, Hurghada.
O vice-premier russo, Arkadi Dvorkovich, disse que 11 mil turistas foram repatriados nas últimas 24 horas e que mais pessoas devem retornar neste domingo.
O Kremlin insiste que a decisão de suspender os voos para o Egito não significa que o governo acredita na hipótese de um atentado. Mas Dvorkovich afirmou que a Rússia enviará analistas para inspecionar os aeroportos egípcios e verificar a necessidade de reforço da segurança.
Londres também começou a repatriar aos quase 20 mil britânicos que estavam em Sharm el-Sheikh no momento da queda do avião. Pelo menos 3.500 retornaram ao Reino Unido entre sexta-feira e sábado. Novas viagens estão programadas para o domingo.
Os turistas que permanecem no balneário não escondem a frustração. "O hotel e os funcionários são estupendos, mas a companhia aérea não entrou em contato, nem por telefone ou por e-mai", disse Rob Ashford, de 27 anos, que deveria ter retornado a Manchester na sexta-feira.
O número de voos foi limitado porque Rússia e Reino Unido determinaram que os turistas devem retornar apenas com as bagagens de mão. As malas que passaram pelo check-in serão enviadas em aviões distintos fretados expressamente por motivos de segurança.
A restrição levou o Egito a limitar o número de voos de repatriação diário, sob a alegação de que não pode armazenar tantas malas em seus aeroportos.
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