Marcha de Mulheres Negras tem confronto, denúncias e tiros
Uma confusão no início da tarde de hoje causou pânico e terminou com a
detenção de dois policiais civis no momento em que a Marcha das Mulheres
Negras chegava à Praça dos Três Poderes.
Segundo relatos de participantes da marcha, algumas mulheres teriam
tentado derrubar um boneco inflável que estava em um acampamento em
frente ao gramado do Congresso Nacional. Um policial civil do Maranhão,
que está acampado com o grupo que pede intervenção militar, deu quatro
tiros para o alto e se entregou à polícia. Durante o tumulto, um
policial civil do DF também deu tiros para o alto e foi detido, segundo a
Polícia Militar.
Durante a confusão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que participava
da marcha de mulheres, foi atingido por gás de pimenta – usado pela
Polícia Militar para afastar as pessoas. "A polícia chegou e protegeu os
integrantes do acampamento. Eles jogaram gás de pimenta na gente. É
impressionante como até a atitude da polícia é racista. Os dois lados
erraram, mas a polícia foi terrível”, afirmou uma participante da marcha
que não quis se identificar.
Poucos minutos depois e com os ânimos ainda exaltados, um grupo de
mulheres se colocou diante de um carro particular em frente ao
Ministério da Justiça. As manifestantes acusavam a motorista de não
respeitar o protesto e de invadir uma das faixas destinadas às mulheres.
“A motorista jogou o carro em cima da companheira. Todas essas
violências que aconteceram aqui na Esplanada dos Ministérios foi só uma
amostra do que acontece no nosso dia a dia”, afirmou Verônica Lourenço,
45 anos, historiadora, educadora e integrante da Rede Sapatá (Rede
Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras).
Após o tumulto, a marcha seguiu em direção ao Ginásio Nilson Nelson, de onde partiu na manhã de hoje.
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