Brasil condena assassinato de opositor na Venezuela
Nota do Itamaraty cobra de Nicolás Maduro ordem em eleições legislativas.
Luis Díaz foi assassinado a tiros durante comício na quarta (25).
A nota do Itamaraty também cobra que o governo de Nicolás Maduro mantenha a ordem durante o processo de eleições legislativas que acontece na Venezuela na próxima semana.
“Ao condenar com firmeza esse lamentável incidente, o governo brasileiro recorda que é da responsabilidade das autoridades venezuelanas zelar para que o processo eleitoral que culminará com as eleições no dia 6 de dezembro transcorra de forma limpa e pacífica, de modo a permitir que o povo venezuelano exerça com tranquilidade seu dever cívico e tenha plenamente respeitada sua vontade soberana.”
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Díaz foi morto a tiros em um comício no Estado de Guárico, na região
central da Venezuela. Ele era um dos líderes da coalizão de oposição
Mesa de Unidade Democrática, e discursava ao lado de Lilian Tintori – mulher de um dos principais líderes da oposição, Leopoldo López, condenado a 14 anos de prisão.Os tiros partiram de um carro que passou em alta velocidade.
Troca de acusações
O representante nacional da Ação Democrática, Henry Ramos, e Lilian Tintori atribuíram a culpa pelo assassinato ao Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), de Maduro, que negou veemente a acusação em um discurso nesta quinta-feira.
O governo da Venezuela criticou os Estados Unidos nesta sexta por ligar o assassinato de Díaz a iminente eleição que para a Assembleia Nacional, que os socialistas correm o risco de perder pela primeira vez em 16 anos. Disse ainda que vai processar um líder da oposição por culpar o PSUV pela morte.
A Ação Democrática é parte da coalizão opositora que, segundo pesquisas de intenção de voto, tem grande chance de conquistar a legislatura, o que seria um golpe duro no chavismo.
Maduro e outras figuras do governo disseram que investigações iniciais apontaram que a morte ocorreu por uma briga de gangues locais. Eles acusaram a oposição de explorar o caso para desacreditar o PSUV aos olhos do mundo antes do pleito de 6 de dezembro.
A missão da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que está na Venezuela para acompanhar o processo eleitoral, condenou o uso de violência nas eleições e cobrou a apuração dos fatos.
Na nota, o Itamaraty também cobra, ainda que em linguagem diplomática, a ação de Maduro contra a violência.
“O governo brasileiro confia em que o governo venezuelano atuará para coibir quaisquer atos de violência ou intimidação que possam colocar em dúvida a credibilidade do processo eleitoral em curso e a legitimidade dos resultados da votação.”
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