quinta-feira, 12 de março de 2015

Dia do Rim é lembrado com serviços de saúde gratuitos em Valadares

Dia do Rim é lembrado com serviços de saúde gratuitos em Valadares

Ação terá testes rápidos de glicose, aferição de pressão e panfletagem.
Nefrologista dá dicas para evitar problemas relacionados à doença.

Diego Souza Do G1 Vales de Minas Gerais
Assistência aos Doentes Renais e Transplantados (AADORT) de Valadares promove palestras no shopping da cidade. (Foto: Diego Souza/G1)Assistência aos Doentes Renais e Transplantados (AADORT) de Valadares promove palestras no shopping da cidade. (Foto: Diego Souza/G1)
O Dia Mundial do Rim, órgão responsável por eliminar as toxinas presentes no organismo, é comemorado nesta quinta-feira (12). Para lembrar a data, a Associação de Assistência aos Doentes Renais e Transplantados (AADORT) e o Instituto de Nefrologia Vale do Rio Doce (INVRD), com o apoio da Prefeitura Municipal de Governador Valadares, do Shopping da cidade, da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), realizam uma ação na cidade.
“Um stand está montado dentro do shopping, distribuindo panfletos educativos, nos quais serão dadas orientações para prevenir a doença renal. No local ainda está sendo feita aferição de pressão arterial e repassadas informações sobre os cuidados para conquistar uma boa saúde e, consequentemente, uma melhoria na qualidade de vida”, explica a relações públicas da AADORT, Daniela Soares.
Para evitar problemas relacionados à doença o médico nefrologista, Célio Magalhães, dá algumas dicas.  (Foto: Diego Souza/G1)Para evitar problemas relacionados à doença o
médico nefrologista, Célio Magalhães, dá dicas
(Foto: Diego Souza/G1)
O médico nefrologista Célio Magalhães explica que inflamações nos rins não são exclusividade de quem possui problema renal, já que pessoas saudáveis também podem desenvolver qualquer tipo de doença relacionada. “Os principais motivos que levam à doença renal crônica são a hipertensão arterial, diabetes e algumas inflamações nos rins, que podem acometer tanto pessoas saudáveis quanto pessoas que já apresenta algum quadro de doença renal na família”, diz o nefrologista.
Fumantes e pessoas com um alto grau de obesidade se enquadram nos fatores de riscos, e merecem atenção redobrada com os cuidados. “Os principais fatores de riscos para a doença renal crônica são as diabetes, hipertensão arterial, obesidade, uso discriminado de medicamentos, tabagismo, a falta de exercícios e as doenças cardiovasculares”.
Para evitar esses e outros problemas relacionados à doença, o médico dá algumas dicas. “Hábitos saudáveis, praticar esportes, ingerir líquidos, tratar doenças da parte cardiológicas, cuidar da diabetes e pressão arterial ajudam a diminuir o surgimento da doença”, orienta Célio Magalhães.
Transplante e alívio
Bruno de Souza Gomes, de 33 anos fez uma cirurgia para receber a doação de um rim e se diz aliviado. (Foto: Diego Souza/G1)Bruno de Souza Gomes, de 33 anos, fez uma
cirurgia para receber a doação de um rim e se diz
aliviado (Foto: Diego Souza/G1)
Ainda segundo médico Célio Magalhães, cerca de 300 pessoas fazem hemodiálise em Governador Valadares e, deste total, 100 aguardam por um transplante na fila de espera. “A hemodiálise é feita a partir do momento que o paciente apresenta insuficiência renal crônica, ou seja, quando ele perde mais de 70% da função do rim, e começa a apresentar os sintomas, inchaço, diarréia, anemia, emagrecimento. A hemodiálise ajudar o paciente a ter uma qualidade de vida satisfatória”.
Em outubro de 2013, Bruno de Souza Gomes, de 33 anos, fez uma cirurgia para receber a doação de um rim. Durante 8 anos ele teve que se submeter a sessões de hemodiálise. Ele diz que após o transplante sentiu alívio por abandonar as sessões do tratamento. “Minha vida mudou consideravelmente. Me senti aliviado. Eu descobri o problema aos 16 anos, mas comecei a fazer a hemodiálise em 2005. Atualmente levo uma vida normal, seguindo as orientações dos médicos e com atenção a alimentação e a ingestão de líquido”, garante Bruno Gomes.
Dados
Considerada um problema de saúde pública, a Doença Renal Crônica atinge pessoas em todo o mundo, sendo que mais de um milhão estão em diálise, e outros tantos apresentam algum grau de perda da função renal. Estudos populacionais divulgados pela Sociedade Brasileira de Nefrologia revelam que a DRC acomete 7,2% das pessoas acima de 30 anos - mas prevalece em pessoas com mais de 64 anos, representando de 28% a 46% dos casos.
Ainda de acordo com Sociedade Brasileira de Nefrologia, no Brasil, entre os anos 2000 e 2014, o número de pacientes que sofrem com este tipo de doença aumentou 134%. Cerca de 90% dos pacientes em diálise são tratados pela modalidade hemodiálise, sendo 85% desse tratamento financiado pelo Sistema Único de Saúde, num gasto anual estimado em R$ 2,2 bilhões.
Já a taxa de mortalidade fica em torno de 15% ao ano, sendo maior no início da terapia, devido ao diagnóstico tardio. O que contribui de forma significativa para esse fator é que cerca de 70% dos pacientes desconheciam ser portadores da doença. Por esses motivos, o diagnóstico precoce é fundamental. Toda e qualquer pessoa que apresentar um dos fatores de risco - como hipertensão, diabetes melitus, idade avançada, casos no histórico familiar -, em qualquer nível de atendimento de saúde, deve passar por triagem, através do exame de urina e da dosagem de creatinina no sangue.
Outra opção de tratamento para a DRC avançada, além da diálise, é o transplante renal. O Brasil tem o maior programa público de transplante renal do mundo; em 2010 foram realizados 4.657 transplantes de rim, sendo 3.003 com doador falecido e 1.654 com doadores vivos.
O número de transplantes com doadores falecidos aumentou cerca de 100% na última década, contra 48% de aumento no caso de doadores vivos. A maior dificuldade para a doação de rim entre pessoas com morte encefálica é a falta de informação por parte da família. Por isso, deve-se estimular que as pessoas expressem a sua vontade de ser doador aos seus familiares, segundo a AADORT.

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