sexta-feira, 27 de março de 2015

Consumo das famílias tem a menor taxa desde 2003, aponta IBGE

Consumo das famílias tem a menor taxa desde 2003, aponta IBGE

Inflação, aumento da taxa de juros e estagnação do crédito impactaram.
Consumo em 2014 subiu 0,9%; economia brasileira cresceu 0,1%.

Cristiane Cardoso Do G1, no Rio
Taxa de consumo das famílias
Variação anual, em %
-0,73,94,35,46,36,44,26,44,83,92,90,920052010-202468
Fonte: IBGE
O consumo das famílias brasileiras, despesa que compõe e impulsiona a economia brasileira, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,9% no ano passado, em comparação com 2013, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).
Esta é a menor taxa desde 2003, quando ficou em -0,7%. Em 2014, o país cresceu 0,1%.
Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do órgão, Rebeca de La Rocque Palais, a taxa teve este resultado em 2014, apesar da variação positiva de 4,1% da massa salarial real dos brasileiros, em razão do aumento da taxa de juros, inflação e estagnação do crédito à pessoa física.
“A gente continuou tendo crescimento do emprego e do rendimento real das famílias, mas, por outro lado, teve crescimento da taxa média de juros no ano, em relação a 2013", analisou a especialista do IBGE.
“Além disso, o crédito, que antes vinha crescendo bastante, especialmente o focado para as pessoas físicas, a gente já viu uma estagnação em termos reais. Então tudo isso afetou o consumo das famílias e a indústria de transformação também. A gente vê que além dos bens de capital [como máquinas e equipamentos], os bens de consumo duráveis, no caso da indústria, foram bastante afetados”, completou Rebeca Palais.
Despesas pessoais x preço
Ainda segundo a coordenadora de Contas Nacionais, o aumento do custo das despesas pessoais acima da média dos preços da economia influenciou diretamente a desaceleração do consumo.
“A gente pode citar especificamente a parte das despesas pessoais, inclui arte, recreação e outros serviços. O setor teve queda em 2014, e claro que é influenciado pelo aumento dos preços, e aí afetou negativamente o consumo das famílias também. As despesas pessoais tiveram crescimento acima da média dos preços da economia", disse Rebeca.
Economia cresce 0,1%
A economia brasileira cresceu 0,1% em 2014, segundo o IBGE. Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões, e o PIB per capita (por pessoa) caiu a R$ 27.229.
Esse é o pior resultado desde 2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 0,2%. Em 2013, de acordo com dados revisados, a economia havia crescido 2,7%.
“O que contribuiu para o crescimento foram os serviços e, negativamente, foi a indústria”, afirmou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Os números apresentados pelo IBGE já foram calculados com base na nova metodologia, que incluiu dados que não existiam e mudou a classificação de alguns itens.
A previsão mais recente do Banco Central era que o PIB tivesse recuado 0,1%, próxima à do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), chamado de "prévia do PIB", que estimava uma contração de 0,15% no ano passado. Já a expectativa dos analistas do mercado financeiro era positiva, porque indicava uma alta de 0,15%, segundo o boletim Focus, do Banco Central.

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