sábado, 12 de novembro de 2011

Forças policiais começam ocupação da Rocinha neste domingo; veja como será

Hanrrikson de Andrade
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro


A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro colocará em prática na madrugada deste domingo (13) o planejamento de instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul da capital fluminense. Mais de 150 agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de fuzileiros navais operando blindados da Marinha, vão participar da ocupação.
O domínio do narcotráfico na Rocinha sofreu um duro golpe na madrugada da última quinta-feira (10) com a prisão de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que era o líder do crime organizado na região –e um dos criminosos mais procurados em todo o Rio. A detenção do ex-chefe do tráfico foi resultado das ações da Polícia Militar e da inteligência da Polícia Federal, responsáveis pela fase inicial da instalação da UPP.
A ocupação definitiva da Rocinha deve começar com incursões dos homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em busca de traficantes que permanecem escondidos na favela. Enquanto isso, policiais militares do Choque e dos batalhões da região ficarão no entorno da comunidade, ocupando os acessos. A comunidade está cercada há alguns dias com o objetivo de evitar a fuga de traficantes durante a operação.
Enquanto o Bope avançar pelas ruas, becos e vielas da Rocinha, agentes das polícias Civil e Federal realizarão ações específicas em busca de traficantes, armas e drogas –coordenadas pelo setor de inteligência da Secretaria de Segurança.
Pelo menos dois helicópteros (o "caveirão aéreo" da PM e o Águia da Polícia Civil) serão utilizados durante os trabalhos. Na quinta-feira (10), a Aeronáutica informou que o espaço aéreo na região será fechado para a circulação de qualquer aeronave entre a madrugada de domingo e a tarde de segunda-feira. A exemplo do cerco ao Complexo do Alemão, na zona norte, no fim do ano passado, a operação na Rocinha contará com o apoio logístico das Forças Armadas.
A Marinha disponibilizará blindados do tipo Clanf (ou "Lagarto Anfíbio"), M-113 e Piranha, todos operados por fuzileiros navais, que podem ser utilizados para remover possíveis barricadas instaladas pelos traficantes, ocupar acessos, auxiliar no controle do tráfego na região, entre outras funcionalidades. Já o Exército não confirmou se participará da ocupação.
Na sexta-feira, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou que a forças policiais estão preparadas para uma possível resistência."A operação está muito bem planejada para garantir a segurança dos moradores. Posso dizer à população que as polícias estão preparadas para que isso ocorra da melhor forma possível. Em todas as instalações de UPPs anteriores, não foi preciso disparar um só tiro. Esperamos que o mesmo aconteça agora, mas estamos preparados, caso haja resistência", disse.

Área estratégica

A pacificação da Rocinha, que já foi conhecida como a maior favela da América Latina (chegou a ter mais de 200 mil habitantes na década de 80), é tida como um passo fundamental do governo do Estado na área de segurança pública.
Única comunidade da zona sul que ainda não tinha recebido uma UPP, a favela situada no morro Dois Irmãos está localizada entre dois dos bairros mais nobres da capital fluminense: São Conrado e Gávea. Tal região possui um grande potencial turístico, e está na rota de investimentos visando à Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

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