Veja a situação dos protestos nas estradas em cada estado nesta terça
Caminhoneiros criticam a alta dos combustíveis e baixos valores dos fretes.
Bloqueios começaram há mais de uma semana e foram ampliados.
Caminhoneiros realizam nesta terça-feira (24) mais um dia de protestos
com bloqueios em rodovias de nove estados: Bahia, Ceará, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e
Rio Grande do Sul.
Com o aumento da adesão aos protestos, 13 estados registraram
paralisação de caminhoneiros ao longo desta terça, e em 12 deles
estradas foram interditadas.
Rio de Janeiro,
Goiás e
Pará tiveram atos pontuais, que duraram algumas horas. No Piauí, caminhoneiros
pararam de fazer viagens, mas não houve registro de bloqueios.
Às 19h30, eram 10 os estados com trechos de estradas interditados pelas manifestações dos caminhoneiros.
VEJA COMO ESTÁ A SITUAÇÃO EM CADA ESTADO:
Caminhoneiros protestam na Via Expressa,
em Salvador. (Foto: Imagens/Tv Bahia)
BA
Caminhoneiros
iniciaram protestos na manhã desta terça-feira na Bahia. À tarde, eles
fecharam a Via Expressa, em Salvador, no sentido porto.
Também há interdições na cidade de Luís Eduardo Magalhães. Um trecho
que estava interditado em Feira de Santana foi liberado no fim da tarde.
Veja aqui os pontos com bloqueios.
No CE, protesto dos caminhoneiros congestiona
BR-116 (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
CE
Os bloqueios também
chegaram ao Ceará nesta
terça-feira, onde cerca de 60 caminhões fecham os dois sentidos da
BR-116, em Fortaleza. Apenas veículos pequenos, de emergência e
caminhões com carga viva podem passar.
O trecho é um dos principais acessos à capital cearense e com intensa
movimentação de cargas, já que a rodovia liga o Ceará ao Rio Grande do
Sul.
Veja aqui os pontos com bloqueio.
Caminhoneiros buscam apoio de outros motoristas
(Foto: Alan Batislani/Arquivo pessoal)
SP
Um protesto de caminhoneiros
bloqueia os acessos ao Porto de Santos
desde a manhã desta terça-feira. A fila de caminhões fez com que a
Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes
(SAI), liberasse a circulação de veículos de passeio, que chegam da
capital paulista, pelo acostamento da Rodovia Anchieta.
Um outro grupo realizou um
ato de protesto no km 560 da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), em Parapuã, interior de São Paulo. A via foi liberada no fim da tarde.
De acordo com a Polícia Militar Rodoviária de Adamantina, os veículos
comuns são liberados enquanto os motoristas de caminhões são convidados a
aderir ao movimento.
Veja aqui os pontos de bloqueio no estado.
Protesto na BR-381 em trecho próximo a Betim,
nesta terça-feira (24) (Foto: Reprodução/TV Globo)
MG
Em Minas Gerais, os caminhoneiros
interditavam parcialmente, nesta
terça-feira, a Rodovia Fernão Dias, em Igarapé, na Grande BH; em
Oliveira, no Centro-Oeste; e em Perdões, no Sul; e em Santo Antônio do
Amparo.
Veja aqui os pontos de bloqueio no estado.
São registrados bloqueios também na BR-262 e na BR-040. Manifestantes
fecharam ainda o trecho da MG-050 que liga Divinópolis a Formiga.
A manifestação na Região Metropolitana
afeta a produção de veículos na Fiat pelo segundo dia consecutivo.
Segundo a assessoria de imprensa da empresa, devido à falta de peças
que não foram entregues não é possível retomar a produção, e turnos
foram suspensos.
A paralisação no Centro-Oeste de Minas já
provoca reflexos nos postos de combustíveis. Em Oliveira, pelo menos três já confirmaram que estão fechados e outros têm quantidade mínima para abastecimento.
Caminhoneiros fazem paralisação na PR-218,
em Astorga (Foto: Ramon Rosa/Arquivo Pessoal)
PR
Segundo a PRF, até as 16h20 desta terça, o estado tinha
31 pontos de interdição em rodovias.
A paralisação
afetou as operações do Porto de Paranaguá.
Dos 900 caminhões que deveriam descarregar no pátio nesta terça, apenas
45 chegaram. Segundo a administração, 1.569 caminhões também deixaram
de carregar os grãos do porto.
Os bloqueios também causaram
falta de combustíveis em alguns postos do sudoeste e do oeste do Paraná. Naqueles em que ainda havia combustível, o litro da gasolina
chegou a R$ 5.
Indústrias de alimentos, agricultores e pecuaristas do oeste, sudoeste e norte do Paraná
estão suspendendo as produções. Frigoríficos em Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Toledo deixaram de fazer o abate de aves.
Em Marmeleiro, nesta terça, um produtor teve que jogar fora 3 mil
litros de leite, já que os caminhões do laticínio para quem fornece em
Santa Catarina não conseguem chegar à propriedade no sudoeste do Paraná
desde o dia 18.
Em Santo Antônio do Sudoeste,
as aulas nas escolas municipais foram canceladas, e os serviços de limpeza, interrompidos.
Dezenas de caminhões parados na estrada em
Xanxerê (Foto: PRF/Divulgação)
SC
Em Santa Catarina, onde os protestos ocorrem desde quarta-feira (18),
há pelo menos 32 rodovias estaduais e federais com bloqueios de
caminhoneiros.
Os atos se concentram, principalmente, no Oeste do estado, mas há
bloqueios também na Serra, no Vale do Itajaí, no Sul e no Norte.
Veja aqui os pontos de bloqueio no estado.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileito), por causa dos bloqueios a
coleta de leite no estado pode ser 100% interrompida. O Sindicato dos Postos de Combustíveis de Chapecó afirma que 90% dos postos do oeste catarinense
estão sem conbustível.
A
maioria dos frigoríficos do estado deve parar a produção
nesta terça-feira, segundo o diretor-executivo do Sindicato das
Indústrias de Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e da
Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Ricardo de Gouvêa.
"O prejuízo é muito grande. Hoje ainda não é possível mensurar. Ele é do tamanho de toda a cadeia produtiva", disse Gouvêa.
Caminhoneiros protestam em rodovias do RS
(Foto: Divulgação/PRF)
RS
A Justiça Federal de Pelotas, no Sul do Rio Grande do Sul, determinou que
caminhoneiros desocupem três rodovias federais da região: BR-116, BR-293 e BR-392.
Segundo as polícias rodoviárias federal e estadual, manifestações de
caminhoneiros ocorrem em mais de 20 rodovias do estado nesta
terça-feira. Em algumas delas, veículos de carga são impedidos de seguir
viagem.
A paralisação dos caminhoneiros
já afeta diversos setores produtivos no estado.
Indústrias de laticínios e frigoríficos, por exemplo, estão com
produção reduzida por falta de matéria-prima e já contabilizam
prejuízos. Caso a circulação de mercadorias não seja normalizada, os
supermercados afirmam que podem faltar produtos nas prateleiras.
Se o bloqueio continuar, em um ou dois dias faltará leite no mercado,
estima o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do
estado (Sindilat-RS). O maior frigorífico de suínos do estado suspendeu
as atividades nesta manhã e 3 mil animais deixarão de ser abatidos.
Protesto de caminhoneiros em Mato Grosso
(Foto: Reprodução/TVCA)
MT
Pela manhã, ao menos
dez trechos das BRs 364, 163 e 070, em Mato Grosso, estavam bloqueados nesta terça-feira.
Segundo a PRF, os caminhoneiros não deram trégua durante a noite e
mantiveram as interdições nos municípios de Cuiabá, Rondonópolis, Lucas
do Rio Verde, Nova Mutum, Sorriso e Diamantino. Em Sinop, o bloqueio
começou no início da manhã.
Os caminhoneiros tentam impedir, há quase uma semana, que os veículos de cargas façam o escoamento da produção agrícola.
Os caminhões com combustíveis seguem presos em bloqueios e, como consequência, o
óleo diesel acabou em distribuidora no Norte do estado.
Caminhoneiros durante bloqueio na BR-463
em Sanga Puitã (Foto: Martin Andrada/ TV Morena)
MS
Durante praticamente todo o dia, os caminhoneiros realizaram bloqueios em nove trechos de estradas em Mato Grosso,
liberando as vias no início da noite desta terça-feira.
Os protestos se concentram em
São Gabriel do Oeste, Dourados, Campo Grande e Ponta Porã.
Veja aqui a situação das estradas no país.
Para o caminhoneiro Marcelo Silva, o protesto está mal organizado. Ele
saiu de Santa Catarina para entregar piso em Mato Grosso e já passou por
quatro pontos de manifestação. "São nossas reivindicações, claro, mas
nem todos os caminhoneiros estavam preparados para a paralisação", disse
durante parada na BR-163, em São Gabriel do Oeste.
Os motoristas que participam do protesto no estado
montaram tendas na beira das rodovias,
onde improvisaram almoço nesta terça-feira. Os organizadores do
movimento afirmam que não há previsão para o término dos bloqueios.