Justiça beneficia estrangeiros excluídos do Mais Médicos
O Ministério da Saúde informou que vai cumprir as decisões judiciais, mas que pretende recorrer
por Agência Estado
Pelo menos 13 médicos brasileiros e estrangeiros formados em
universidades do Paraguai, da Bolívia, do Peru e da Venezuela
conseguiram na Justiça o direito de participar do programa Mais Médicos -
que vai pagar uma bolsa de R$ 10 mil para que eles atuem no interior do
País. Três já estão fazendo o curso preparatório no Brasil.
Segundo a advogada Mirtys Fabiany Azevedo Pereira, que representa os
profissionais, todos tiveram as inscrições barradas porque se formaram
em países em que a proporção de médicos é menor do que a do Brasil (que é
de 1,8 por mil habitantes). Pelas regras do programa, o Ministério da
Saúde não aceitaria bolsistas com registros profissionais em países com
índices menores de médicos por mil habitantes para não prejudicar a
saúde nesses locais.
No Peru, por exemplo, a proporção é de 0,9 médico a cada mil habitantes.
No Paraguai é de 1,1 médico por mil, na Bolívia, 1,2 e na Venezuela, de
1,9 por mil. Já em Cuba, que fechou um acordo com o governo brasileiro
para o envio de 4 mil profissionais para trabalhar no programa, a
proporção é bem mais alta: 6,7 por mil.
“Esses médicos moram no Brasil e tentam revalidar o diploma para
trabalhar aqui já faz algum tempo. Consegui demonstrar para a Justiça
que eles não estão saindo desses países só agora e, portanto, não há
prejuízo”, explica a advogada.
Desde o início da abertura de inscrições do programa Mais Médicos,
Mirtys já entrou com 23 mandados de segurança representando 114
profissionais para garantir o direito de participação no programa. Vinte
processos ainda estão em julgamento, alguns em grau de recurso.
Pelo
menos 13 médicos brasileiros e estrangeiros conseguiram na Justiça o
direito de participar do programa Mais Médicos (Foto: Divulgação)
“Os juízes estão indeferindo o pedido, alegando que esses médicos
precisam fazer a prova do Revalida. Por isso estou recorrendo”, diz a
advogada. O Revalida é a prova aplicada a médicos formados no exterior,
sejam brasileiros ou estrangeiros, que querem atuar no Brasil - no
entanto, ela não será exigida para os profissionais selecionados para o
Mais Médicos.
Governo
O Ministério da Saúde informou que vai cumprir as decisões judiciais,
mas que pretende recorrer. E adiantou que, até decisão definitiva, esses
médicos não poderão atuar.
Todos os demais passarão pelo treinamento com aulas de idioma, estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) e legislação. Quem não tiver competências médicas ou linguísticas poderá ser desligado. Nos três anos do programa, os médicos serão supervisionados por tutores de universidades federais.
Todos os demais passarão pelo treinamento com aulas de idioma, estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) e legislação. Quem não tiver competências médicas ou linguísticas poderá ser desligado. Nos três anos do programa, os médicos serão supervisionados por tutores de universidades federais.
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