Falando sério!
Leia com atenção. A cada três dias, uma pessoa morre no estado de São
Paulo vítima de exposição ao fogo, às chamas e à fumaça. Só no ano
passado, 2,2 mil pessoas foram internadas em hospitais públicos de São
Paulo por causa de queimaduras provocadas por acidentes domésticos ou no
trabalho. Desse total, 120 pessoas morreram. Segundo a Secretaria de
Saúde de São Paulo, os gastos com internações por queimaduras custaram
R$ 6 milhões à rede pública de saúde do estado.
“Esse
número pega somente a rede pública e estadual, por isso, ele é
subestimado. Há também uma grande demanda em hospitais particulares e
municipais e casos que nem demandam internações”, disse Gustavo Feriani,
supervisor médico do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau)
da secretaria, em entrevista à Agência Brasil.
Para
Feriani, o grande número de internações por queimaduras poderia ser
evitado, principalmente porque os casos mais comuns de internações na
rede pública ocorrem por acidentes domésticos, relacionados ao uso
inadequado do fogão e da churrasqueira, a banhos em crianças com água
superaquecida e velas.
“É
fundamental não atear fogo a produtos ou restos de lixo ou fazer
qualquer incineração dentro da casa. Isso pode provocar um fogo
descontrolado, gerando incêndio de grandes proporções. Também é
importante que as pessoas que fumam dentro de casa tomem cuidado com
sofás e que não acendam o cigarro perto de produtos inflamáveis. E tomar
muito cuidado com velas, principalmente ao dormir, já que elas podem
cair ou tombar e gerar um incêndio quando todos estão dormindo”,
alertou.
As
internações hospitalares são necessárias em casos de queimadura de
segundo grau que chegam a atingir 20% da superfície corpórea ou em casos
de queimaduras de terceiro grau. “A queimadura é classificada em três
graus. Na de primeiro grau, o exemplo mais característico é a queimadura
solar, quando a pele fica avermelhada, dolorida, mas cuja pele continua
íntegra. A de segundo grau tem a presença de bolhas, com perda de
líquido, o que provoca descolamento da pele. Nesse caso, a pele está
parcialmente preservada, com aspecto vermelho vivo. A de terceiro grau é
a queimadura mais profunda. Tem aspecto opaco. A pele está toda
danificada na sua totalidade, endurecida, como se fosse um couro”,
explicou Feriani.
“Quanto
mais profunda a queimadura, maior a gravidade e maior a mortalidade”,
disse o médico. Segundo ele, as mais graves ocorrem quando se inala a
fumaça, provocando queimadura das vias respiratórias. “São as mais
graves porque demandam atendimento urgente. Se a pessoa não for atendida
em pouco tempo, ela não vai conseguir respirar. E assim, acaba tendo
parada cardiorrespiratória”, disse.
De
acordo com o levantamento, os homens são a maior parte das vítimas por
queimaduras. Das internações registradas no ano passado, 64% foram de
pacientes do sexo masculino, e dos 120 óbitos, o índice entre os homens
atingiu 59%.
Em
caso de incêndios de grandes proporções, deve-se deixar o local e ligar
imediatamente para o Corpo de Bombeiros, no telefone 193. Em caso de
queimaduras, Feriani alerta: é preciso procurar ajuda médica. “A
primeira coisa é chamar a ajuda do Corpo de Bombeiros e, enquanto
aguarda, resfriar a área queimada com água corrente limpa e depois
cobri-la com um pano limpo e seco. Não se deve aplicar pasta de dente,
pó de café ou pomadas, pois isso pode provocar agravamento da queimadura
e piorá-la”, orientou.
As informações são da Agência Brasil.
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